🎯 Ajudar o sistema imunológico a detectar células cancerosas

Publicado por Adrien,
Fonte: Inserm
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Ao contrário dos agentes infecciosos, as células cancerosas originam-se do próprio paciente e podem, portanto, escapar da vigilância imunológica. O principal desafio da imunoterapia é torná-las detectáveis pelas defesas naturais do organismo.

Alguns tratamentos utilizam medicamentos capazes de estimular o sistema imunológico para reforçar sua capacidade de combater as células cancerosas/tumorais: é o que se chama de imunoterapia. Esta abordagem visa amplificar a reação imunológica ou ajudar o organismo a detectar melhor e depois eliminar as células cancerosas.


Os tratamentos por imunoterapias são eficazes em pacientes receptivos, mas 50 a 80% dos doentes não respondem a eles e a ativação generalizada do sistema imunológico pode induzir efeitos secundários importantes. Encontrar outras soluções para ativar nossas defesas naturais é, portanto, um grande desafio da pesquisa em oncologia.

Em um novo estudo, uma equipe liderada por Fabrice Lejeune, diretor de pesquisa do Inserm no laboratório Heterogeneidade, plasticidade e resistência às terapias do câncer (Inserm/CNRS/Universidade de Lille/CHU Lille/Instituto Pasteur de Lille) identificou uma maneira original de alcançar este objetivo.

Durante a divisão celular, podem ocorrer mutações dentro das células. As células cancerosas, devido à sua divisão rápida, acumulam muito mais mutações do que as células saudáveis. Em teoria, essas mutações deveriam dar origem a proteínas defeituosas cuja presença teria a capacidade de estimular fortemente o sistema imunológico, incitando-o a destruir as células portadoras dessas proteínas. No entanto, quer a célula seja cancerosa ou não, um mecanismo de controle de qualidade impede que proteínas defeituosas sejam sintetizadas a partir das mutações.

Este mecanismo, intencionalmente protetor, é paradoxalmente problemático no caso do câncer: permite que as células cancerosas continuem sua proliferação passando despercebidas pelo sistema imunológico.


Detecção de macrófagos (em vermelho e indicados pelas setas pretas) em tumores de camundongos não tratados com DAP (à esquerda) e de camundongos tratados com DAP (à direita).
© Carmen Sandoval Pacheco e Fabrice Lejeune/Inserm

Os pesquisadores mostraram que é possível contornar este obstáculo graças a uma molécula chamada 2,6-diaminopurina (DAP) em um modelo de câncer em camundongos. Já conhecida por sua capacidade de reativar a produção de proteínas na presença de um tipo específico de mutações, a DAP permitiu aqui a fabricação de proteínas mutantes específicas das células cancerosas.

Estas proteínas apresentam uma "assinatura" particular que não existe nas células normais e que as torna detectáveis pelo sistema imunológico.

Apresentada ao sistema imunológico, esta assinatura desencadeia uma resposta imunológica direcionada: as células cancerosas tornam-se visíveis e podem ser destruídas. No camundongo, este tratamento experimental permitiu retardar o crescimento tumoral e atrair células imunológicas para o centro do tumor.

"Estes resultados constituem uma etapa importante em direção a novas estratégias de imunoterapia anticâncer. Trabalhos complementares serão necessários para avaliar a eficácia e a segurança desta abordagem no ser humano", explica Fabrice Lejeune, último autor do estudo.
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