Apollo: o mistério das rochas lunares magnetizadas resolvido? 🧲

Publicado por Adrien,
Fonte: Science Advances
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Rochas lunares trazidas pelas missões Apollo apresentam assinaturas magnéticas surpreendentes.

Um estudo recente propõe que esses fenômenos resultam de um grande impacto que teria amplificado temporariamente o campo magnético lunar. Essa hipótese é apoiada por simulações computacionais elaboradas por pesquisadores do MIT.


A equipe de pesquisa modelou as consequências de um impacto similar ao que formou a bacia Imbrium. Os resultados indicam que tal evento teria gerado um plasma superaquecido, capaz de aumentar brevemente o campo magnético lunar. Esse fenômeno teria deixado uma impressão magnética nas rochas do lado oculto da Lua.

As simulações mostram que o impacto teria provocado ondas sísmicas concentradas no lado oposto. Essas vibrações teriam alinhado os elétrons das rochas com o campo magnético amplificado, congelando assim sua orientação. Esse processo, embora rápido, teria durado menos de uma hora.

Cada rocha agiria como uma agulha de bússola, registrando a orientação do campo no momento do impacto. Essa analogia ilustra como as rochas lunares puderam conservar sua magnetização.

As futuras missões lunares, como o programa Artemis da NASA, poderiam validar essa teoria. A análise de rochas fortemente magnetizadas perto do polo sul lunar traria informações importantes. A presença simultânea de vestígios de impacto e magnetismo antigo seria uma pista decisiva.


A bacia Mare Imbrium, no lado visível da Lua.
Crédito: NASA/JPL/USGS


Em detalhes: como o impacto de um asteroide pode amplificar um campo magnético?


O impacto de um asteroide de grande porte gera uma energia colossal, capaz de vaporizar a matéria na superfície da Lua. Essa vaporização produz um plasma, um estado da matéria onde os elétrons se separam dos núcleos atômicos.

O plasma, sendo condutor, interage com o campo magnético existente. Ao se mover ao redor da Lua, pode concentrar e amplificar esse campo magnético em certas regiões. Esse fenômeno é similar ao funcionamento de uma dínamo natural.

Essa amplificação é temporária, pois o plasma acaba se resfriando e se recombinando. No entanto, durante esse curto período, o campo magnético pode alcançar uma intensidade suficiente para magnetizar as rochas vizinhas.

As simulações numéricas permitem reconstituir essas condições extremas e entender como um evento tão breve pode deixar um rastro duradouro nas rochas lunares.

Por que as rochas lunares conservam sua magnetização?


As rochas lunares contêm minerais ferromagnéticos, como a magnetita, que podem se magnetizar na presença de um campo magnético. Uma vez magnetizados, esses minerais mantêm essa orientação mesmo após o desaparecimento do campo.

A ausência de atmosfera e de atividade geológica recente na Lua significa que essas rochas não estão expostas a processos que poderiam apagar sua magnetização. Ao contrário da Terra, onde a atividade tectônica e a erosão alteram constantemente as rochas.

Os impactos meteoríticos também podem desempenhar um papel ao "congelar" a magnetização das rochas. As ondas de choque geradas por esses impactos podem reorientar os minerais magnéticos, alinhando-os com o campo magnético ambiente no momento do impacto.

É por isso que as rochas lunares oferecem uma janela única para a história magnética da Lua, preservando informações que de outra forma estariam perdidas em ambientes mais dinâmicos.
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