As árvores também reagem aos incêndios florestais: elas prendem a respiração!

Publicado por Cédric - Há 21 dias - Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Universidade Estadual do Colorado
Os incêndios florestais, cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas, afetam os ecossistemas. Um estudo recente conduzido nas Montanhas Rochosas do Colorado pelas cientistas Delphine Farmer e Mj Riches, associadas à Universidade Estadual do Colorado, revela uma reação surpreendente de algumas árvores expostas à fumaça: elas "prendem a respiração".

Diante da fumaça densa, as árvores fecham seus poros, chamados de estômatos, para se protegerem dos gases e partículas nocivas, afetando assim seu processo vital de fotossíntese.


Imagem de ilustração Pixabay

Os estômatos são pequenos poros presentes nas folhas das plantas. Eles permitem a absorção de dióxido de carbono (CO₂) necessário para a fotossíntese, um processo essencial para o crescimento das plantas e a liberação de oxigênio na atmosfera. Os estômatos também regulam a transpiração, ajudando a manter a temperatura interna das plantas.

Em resposta a fatores ambientais como luz, umidade ou seca, os estômatos podem se abrir ou fechar para conservar água e proteger os tecidos internos da planta.

Quando a fumaça dos incêndios florestais invade a atmosfera, as plantas reagem fechando seus estômatos para limitar a entrada de partículas nocivas e outros compostos químicos. Este fechamento reduz quase a zero sua capacidade de fotossíntese. Esta reação é semelhante à dos humanos que, confrontados a níveis elevados de poluição, se protegem evitando sair.

Durante suas observações, Delphine Farmer e Mj Riches notaram que os pinheiros ponderosa expostos a uma fumaça densa deixavam de "respirar" fechando completamente seus poros, impedindo assim a absorção de CO₂ e reduzindo consideravelmente a emissão de compostos orgânicos voláteis (COV).

Os COV desempenham um papel crucial na defesa das plantas contra insetos e na comunicação com plantas vizinhas. Além disso, eles participam na formação de aerossóis orgânicos secundários, influenciando a qualidade do ar. Na presença de fumaça, a emissão de COV diminui, o que sugere um impacto negativo na capacidade das plantas de interagir com seu ambiente.

O impacto dessas reações na saúde das plantas a longo prazo ainda é incerto. Embora as árvores possam retomar sua função normal de fotossíntese após a dissipação da fumaça, os efeitos cumulativos de episódios repetidos de fumaça podem perturbar o crescimento das plantas e afetar os ecossistemas.

A formação de ozônio troposférico, outro perigo potencial, resulta da reação dos COV com óxidos de nitrogênio sob a influência da luz solar. Este ozônio pode danificar os tecidos vegetais e frear a fotossíntese.

Com o aumento da frequência e intensidade dos incêndios florestais, é essencial continuar as pesquisas para compreender esses impactos a longo prazo. Este conhecimento é importante para adaptar as políticas de gestão florestal e minimizar os efeitos negativos sobre a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas.
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