Carro elétrico: recarga tão rápida quanto um abastecimento de combustível

Publicado por Adrien,
Fonte: Universidade McGill
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Sonha com o dia em que parar em um ponto de recarga será tão rápido quanto uma ida ao posto de combustível?

Em um artigo publicado na revista Joule, uma equipe de pesquisa da Universidade McGill e da Universidade do Quebec em Montreal (UQAM) anunciou o desenvolvimento de um método inovador que permite observar em tempo real os processos físicos que ocorrem nas partes líquida e sólida das células que compõem a bateria de íons de lítio, comumente chamada de "bateria de Li-ion".


A compreensão aprofundada dos fatores que afetam a velocidade de carga e descarga das baterias de Li-ion, proporcionada por esta descoberta, poderá acelerar o processo de recarga de dispositivos eletrônicos e de veículos de uso comum e essenciais: como laptops, telefones celulares, bicicletas, scooters e carros elétricos.

Sob a liderança de Janine Mauzeroll e Steen B. Schougaard, ambos professores de química nas universidades McGill e UQAM, respectivamente, a equipe de pesquisa colaborou com uma instalação de radiação síncrotron, a European Synchrotron Radiation Facility (ESRF). Usando raios X extremamente intensos, a equipe conseguiu observar, em tempo real, as variações de concentração de lítio que ocorrem nas células de uma bateria de Li-ion durante sua carga ou descarga.

"Durante a carga ou descarga da bateria, o lítio se move dentro da célula, tanto em um eletrólito líquido quanto em um material ativo sólido, e a rapidez de seu percurso geralmente depende da velocidade com que ele pode se deslocar de um lado para o outro da célula, atravessando essas duas fases", explica Jeremy Dawkins, que trabalhou neste projeto como doutorando nos laboratórios dos Profs. Schougaard e Mauzeroll. "Somos os primeiros a descrever um método que permite monitorar o movimento do lítio nas fases líquida e sólida de uma bateria de Li-ion em funcionamento e, ao mesmo tempo, quantificar o desempenho de uma célula em nível molecular."

Este avanço poderá ter um impacto significativo não apenas na pesquisa altamente especializada no campo das baterias, mas também no dia a dia de todos, ou seja, usuários de dispositivos eletrônicos e de veículos elétricos. "O valor dessas pesquisas é que elas oferecem às equipes um instrumento inovador para estudar a performance das baterias de Li-ion, o que abre várias possibilidades que antes não eram consideradas", continua Jeremy Dawkins. "Esperamos que elas impulsionem o avanço nas pesquisas sobre baterias, talvez através de uma evolução muito mais rápida na arquitetura das eletrodos. A performance das baterias que utilizamos no dia a dia poderia ser significativamente melhorada."

A equipe de pesquisa comemora o sucesso do estudo apesar dos desafios impostos pela COVID-19. Enquanto os pesquisadores das universidades McGill e UQAM estavam em Montreal, a ESRF - onde foram realizados os cálculos - está localizada em Grenoble, na França. Em 2020, quando as restrições de viagem foram impostas devido à pandemia, o futuro do estudo tornou-se incerto. "A Faculdade de Ciências da McGill e da UQAM concederam exceções que permitiram a deslocação de membros da equipe para que as avaliações pudessem ser realizadas", lembra-se a Profa. Mauzeroll. "Nossos colegas da ESRF na França fizeram o impossível para avaliar nossas amostras em plena pandemia", adiciona Jeremy Dawkins. "Com determinação e um pouco de sorte, conseguimos realizar as avaliações de que precisávamos no curto tempo que tínhamos."

O estudo Mapping the total lithium inventory of Li-ion batteries por Jeremy Dawkins, Janine Mauzeroll, et al, foi publicado na Joule.
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