Uma grande inovação para a exploração espacial acaba de ser alcançada por cientistas chineses. Eles desenvolveram um método para produzir água a partir do solo lunar, um recurso valioso para futuras missões tripuladas à Lua.
Esta descoberta pode transformar a maneira como a Humanidade encara a exploração e até mesmo a colonização do nosso satélite natural.
Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências analisaram amostras de solo lunar trazidas pela missão Chang'e-5 em 2020. Essas amostras, as primeiras a serem levadas à Terra desde 1976, contêm minerais ricos em hidrogênio. Ao aquecer o solo lunar a mais de 1000 °C, os cientistas descobriram que o hidrogênio presente reage com outros elementos, produzindo assim vapor de água.
Este método permite gerar entre 51 e 76 miligramas de água por grama de regolito, oferecendo uma nova maneira de obter água em um ambiente tão inóspito como a Lua.
Além da água, esse processo também produz ferro e vidro cerâmico, materiais essenciais para a construção de bases lunares e equipamentos científicos. Portanto, esta descoberta não se limita apenas à produção de água, mas também abre novas possibilidades para a fabricação local de recursos necessários para uma presença humana prolongada na Lua.
Esse método poderia desempenhar um papel central nos planos da China de estabelecer uma estação de pesquisa na Lua até 2035. O domínio da produção de água no local é crucial, pois a água pode ser utilizada para produzir oxigênio e combustível, elementos indispensáveis para sustentar missões prolongadas.
Até agora, as pesquisas se concentravam no gelo presente nas crateras lunares. No entanto, essa nova abordagem permitiria produzir água de forma mais flexível e potencialmente mais eficiente.
A descoberta deste novo método de produção de água pode conferir uma vantagem significativa à China na corrida pela exploração lunar, principalmente em relação aos Estados Unidos. A própria NASA destacou a importância da água lunar para futuras missões espaciais, inclusive aquelas que visam alcançar Marte.