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Cientistas dão à luz... ratos-mamutes 🦣
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte: Colossal Biosciences Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
A biotecnologia acaba de dar um passo surpreendente com a criação de ratos geneticamente modificados, dotados de uma pelagem espessa e dourada que lembra a dos mamutes-lanosos. Esses roedores, desenvolvidos pela empresa Colossal Biosciences, podem abrir caminho para a "desextinção" desses gigantes desaparecidos.
O rato lanoso foi projetado para integrar modificações genéticas relacionadas a características-chave do mamute. Crédito: Colossal Biosciences
Esse avanço faz parte de um projeto ambicioso que visa recriar mamutes-lanosos até 2028. Ao manipular genes relacionados à pelagem e ao metabolismo das gorduras, os cientistas esperam adaptar esses animais ao frio extremo. Os ratos, com sua gestação rápida, servem como modelo para testar essas modificações genéticas antes de aplicá-las aos elefantes-asiáticos, os parentes mais próximos dos mamutes.
A genética a serviço da desextinção
Para criar esses "ratos lanosos", os pesquisadores modificaram sete genes, sendo seis relacionados à textura, comprimento e cor da pelagem. Esses genes foram selecionados comparando os genomas de mamutes e elefantes-asiáticos. Os ratos modificados apresentam uma pelagem três vezes mais longa que a dos ratos de laboratório padrão, além de pelos ondulados, características dos mamutes. Essa abordagem se baseia em técnicas de edição genética de ponta, como o CRISPR, que permite direcionar vários genes simultaneamente com grande precisão.
Os cientistas também direcionaram um gene que regula o metabolismo das gorduras, essencial para a sobrevivência em climas gelados. Embora os efeitos dessa modificação ainda não sejam claramente visíveis, ela pode desempenhar um papel na adaptação ao frio.
Imagem Wikimedia
Esses experimentos mostram que é possível integrar várias mutações genéticas simultaneamente, uma proeza técnica significativa. Os pesquisadores usaram métodos que permitem modificar vários locais do DNA em uma única operação, acelerando assim o processo de validação das hipóteses genéticas. Essa etapa marca uma validação importante para o projeto de desextinção do mamute-lanoso que a empresa Colossal Biosciences ambiciona.
Desafios técnicos e éticos
Embora os ratos lanosos representem um avanço científico importante, muitos obstáculos técnicos e éticos permanecem antes que seja possível ressuscitar mamutes. Os elefantes, ao contrário dos ratos, têm uma gestação de 22 meses. Além disso, sua maturidade sexual é tardia, o que torna os experimentos demorados. Adicionalmente, as tecnologias de reprodução assistida em elefantes ainda são pouco desenvolvidas, limitando as possibilidades de manipulação genética em larga escala.
No plano ético, a manipulação de elefantes, uma espécie ameaçada e dotada de alta inteligência e sociabilidade, levanta questões importantes. Os experimentos com esses animais podem ser vistos como contrários ao seu bem-estar, especialmente considerando suas estruturas sociais desenvolvidas. Além disso, os recursos financeiros e científicos dedicados a esse projeto poderiam ser redirecionados para a proteção de espécies atualmente em perigo, o que gera debates entre especialistas em conservação.
Por fim, a reintrodução de mamutes híbridos em ecossistemas modernos levanta questões ecológicas significativas. Embora a Colossal Biosciences afirme que esses animais poderiam ajudar a restaurar as pastagens árticas, compactando a neve e favorecendo o crescimento da vegetação, os impactos de longo prazo permanecem incertos. Críticos destacam que os ecossistemas evoluíram desde a extinção dos mamutes, e sua reintrodução poderia perturbar o equilíbrio atual.
Essas reflexões mostram que a desextinção está longe de ser uma simples questão de genética, envolvendo também considerações ambientais e morais.