Como 13 graus podem transformar uma multidão em caos? 🚶‍♂️

Publicado por Adrien,
Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences
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Os movimentos de multidão oscilam entre ordem e caos, um fenômeno que pesquisadores do MIT decifraram. Sua abordagem combina modelagem matemática e experimentos reais para entender essas dinâmicas complexas.

A equipe de Karol Bacik identificou um limiar crítico nos deslocamentos pedestres. Quando os indivíduos desviam mais de 13 graus de sua trajetória inicial, a multidão perde sua organização em linhas e entra em um movimento desordenado. Essa descoberta baseia-se em uma análise detalhada dos ângulos de caminhada e das estratégias de evitação.


Imagem ilustrativa Pixabay

Os pesquisadores usaram equações de dinâmica de fluidos para modelar os fluxos pedestres. Esse método, publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences, permite prever as transições entre movimentos organizados e desorganizados. As simulações foram validadas por experimentos em condições reais, com voluntários equipados com chapéus de código de barras.

O estudo revela que a eficiência dos deslocamentos diminui com o aumento da desordem. Os espaços públicos poderiam ser projetados para minimizar ângulos excessivos de caminhada, promovendo fluxos mais seguros e fluidos. As aplicações potenciais vão desde estações de trem até estádios e shoppings.

Karol Bacik destaca a importância desses resultados para o design urbano. Ao entender os mecanismos subjacentes aos movimentos de multidão, torna-se possível antecipar e prevenir situações perigosas. O trabalho de sua equipe abre caminho para espaços mais adaptados às necessidades dos pedestres.


As próximas etapas incluem a análise de vídeos de multidões reais para refinar os modelos. O objetivo é fornecer ferramentas simples para urbanistas e arquitetos, permitindo otimizar a circulação pedestre. Essa pesquisa ilustra como a ciência pode contribuir para melhorar nosso cotidiano.

A equipe também planeja estender seus trabalhos para outros domínios, como evacuações de emergência. Entender as dinâmicas de multidão em situações de estresse pode salvar vidas. As perspectivas são vastas, tanto no plano teórico quanto prático.

Como as multidões formam linhas espontâneas?


As multidões tendem a se organizar em linhas quando os indivíduos caminham em direções opostas. Esse fenômeno, chamado de 'formação de vias', resulta de um mecanismo de auto-organização onde cada pessoa ajusta sua trajetória para evitar colisões. As pesquisas mostram que essa organização é frágil e depende fortemente do ângulo médio de caminhada.

Quando esse ângulo ultrapassa 13 graus, a probabilidade de colisões aumenta, rompendo a ordem estabelecida. Os modelos matemáticos permitem prever esse ponto de transição com precisão. Esses dados são importantes para projetar espaços públicos mais seguros.

Por que usar a dinâmica de fluidos para estudar multidões?


A dinâmica de fluidos oferece um arcabouço matemático poderoso para modelar os movimentos de multidão. Ao tratar a multidão como um fluido, os pesquisadores podem ignorar comportamentos individuais e focar nas propriedades globais. Essa abordagem simplifica a análise mantendo alta precisão.

As equações usadas descrevem como a densidade e a velocidade dos indivíduos variam no espaço e no tempo. Elas permitem prever quando e como as transições entre ordem e caos ocorrem. Os experimentos em condições reais validam essas previsões, confirmando a utilidade do método.

Essa analogia entre fluidos e multidões não é nova, mas os trabalhos do MIT a levam adiante. Ao quantificar precisamente os limiares críticos, eles abrem novas possibilidades para a engenharia urbana.
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