Como as bactérias lidam com a toxicidade do cobre 🦠

Publicado por Adrien,
Fonte: CNRS INC
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Diante da ameaça tóxica do cobre, as bactérias desenvolveram estratégias de desintoxicação notáveis. Uma delas baseia-se na enzima CueO. Uma equipe de cientistas de Marselha destacou o papel crucial de certos domínios dessas enzimas que atuam como verdadeiras antenas moleculares na gestão e eliminação do excesso de cobre.


© Umberto Contaldo

Resultados publicados na PNAS cujas implicações biotecnológicas e terapêuticas podem ser numerosas.

O cobre, embora essencial para muitos processos biológicos, torna-se tóxico quando se acumula nas células. Para se protegerem, bactérias como Escherichia coli utilizam sistemas sofisticados de desintoxicação.

Um desses sistemas envolve a enzima CueO. Esta multicobre oxidase transforma íons de cobre (Cu+) em uma forma menos nociva (Cu2+), ao mesmo tempo em que minimiza a formação de radicais oxigenados destrutivos. Uma característica intrigante da enzima CueO é o seu domínio flexível e rico em aminoácidos do tipo metionina, cuja função ainda é amplamente debatida.

Uma equipe de químicos e biólogos do laboratório Bioenergética e Engenharia de Proteínas e do Laboratório de Química Bacteriana (CNRS/Universidade de Aix-Marselha) examinou o papel desse domínio ao combinar experiências de bioquímica, biofísica e eletroquímica com testes em bactérias vivas.

Eles descobriram que ele atua como um verdadeiro coletor de cobre, facilitando o acesso de íons Cu+ fortemente ligados a outras moléculas ao sítio ativo da enzima, acelerando assim sua transformação.

Este estudo, publicado na PNAS, abre perspectivas para inovações terapêuticas e biotecnológicas interessantes. Por um lado, compreender esses mecanismos de desintoxicação em bactérias pode inspirar biotecnologias que explorem a capacidade das enzimas de manipular o cobre. Por outro lado, o cobre é uma das armas utilizadas pelos macrófagos para combater infecções bacterianas.

Essa compreensão pode lançar luz sobre como patógenos como Escherichia, Pseudomonas ou Salmonella escapam ao sistema imunológico e inspirar o desenvolvimento de terapias inovadoras contra a resistência a antibióticos. Uma pista promissora na luta contra bactérias patogênicas.

Redator: AVR

Referência:
Methionine-rich domains emerge as facilitators of copper recruitment in detoxification systems
PNAS 2024
https://doi.org/10.1073/pnas.240286212
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