Descoberta preocupante de microplásticos em testículos humanos

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Toxicological Sciences
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Os microplásticos, onipresentes em nosso ambiente, foram recentemente detectados nos testículos humanos e caninos, de acordo com um estudo da Universidade do Novo México publicado em Toxicological Sciences. Esta descoberta levanta preocupações quanto ao seu impacto potencial na fertilidade masculina.


Os pesquisadores analisaram 23 amostras de testículos humanos e 47 de cães. Todas continham microplásticos, com concentrações quase três vezes mais altas nos humanos. Em média, os testículos humanos apresentavam 330 microgramas de microplásticos por grama de tecido, contra 123 microgramas para os cães. O polietileno (PE), amplamente utilizado em sacolas e garrafas plásticas, era o tipo de microplástico mais comum.

Os cientistas observaram uma correlação entre os níveis de microplásticos e a diminuição da espermatogênese nos cães, embora não tenham conseguido medir o número de espermatozoides nos humanos devido ao estado conservado das amostras. As partículas de policloreto de vinila (PVC), em particular, foram associadas a uma redução significativa na produção de espermatozoides.

Os microplásticos, que provêm da degradação dos resíduos plásticos, agora contaminam todo o nosso ambiente e nossos tecidos corporais. Estudos anteriores já tinham revelado a presença deles no sangue, na placenta e no leite materno, bem como a capacidade de provocar inflamações e distúrbios digestivos.

Esses resultados sugerem que a poluição por microplásticos pode contribuir para a queda mundial no número de espermatozoides, um fenômeno observado há várias décadas e atribuído a diversos fatores ambientais como pesticidas e metais pesados. O professor Xiaozhong Yu, responsável pelo estudo, destaca que o PVC, ao liberar disruptores endócrinos, pode interferir na espermatogênese e causar desequilíbrios hormonais.

Para confirmar essas hipóteses, serão necessárias pesquisas adicionais, especialmente sobre o impacto dos microplásticos nos aparelhos reprodutores femininos. Já em fevereiro de 2024, um estudo da mesma universidade identificou microplásticos na placenta de mulheres, levantando preocupações semelhantes para a fertilidade feminina.

Este estudo destaca a necessidade de se conscientizar sobre a onipresença dos microplásticos e suas potenciais consequências para a saúde humana, especialmente para a fertilidade. Medidas visando reduzir a poluição plástica são essenciais para proteger nossa saúde e a saúde das futuras gerações.
Página gerada em 0.098 segundo(s) - hospedado por Contabo
Sobre - Aviso Legal - Contato
Versão francesa | Versão inglesa | Versão alemã | Versão espanhola