Descoberta: veja como o seu cérebro se limpa enquanto você dorme 🧠

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Cell
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Enquanto dormimos, nosso cérebro ativa um sistema de limpeza essencial. Pesquisadores acabam de descobrir o mecanismo que o regula, abrindo perspectivas para entender melhor o impacto dos distúrbios do sono nas doenças neurodegenerativas.


Essa descoberta, resultante de trabalhos realizados na Universidade de Copenhague, revela um processo-chave: ondas cerebrais lentas, orquestradas pela noradrenalina, atuam como uma bomba para eliminar os resíduos acumulados. Esse mecanismo, principalmente ativo durante o sono profundo, pode explicar por que um sono ruim aumenta os riscos de doenças como Alzheimer.

O sistema glinfático: uma máquina de lavar cerebral

O cérebro possui um sistema de limpeza chamado sistema glinfático. Durante o sono, esse sistema elimina resíduos metabólicos, incluindo proteínas tóxicas ligadas a doenças neurodegenerativas. Sem um sono reparador, esse processo é perturbado, afetando a memória e a saúde geral.

Os pesquisadores há muito tempo buscam entender o que ativa esse sistema. Graças a estudos com camundongos, eles identificaram um mecanismo-chave: oscilações lentas de noradrenalina, um neurotransmissor, que provocam pulsações dos vasos sanguíneos. Essas pulsações atuam como uma bomba, facilitando a eliminação dos resíduos.

O papel da noradrenalina

A noradrenalina, liberada pelo tronco cerebral, desempenha um papel central nesse processo. Durante o sono profundo, ela provoca contrações e dilatações rítmicas dos vasos sanguíneos. Esses movimentos criam um fluxo de líquido cefalorraquidiano que limpa o cérebro, eliminando os resíduos.

Esse mecanismo é menos ativo durante a vigília ou o sono REM. Isso explica por que o sono profundo é essencial para uma boa eliminação de resíduos. Os pesquisadores descobriram que alguns soníferos, como o zolpidem, perturbam esse processo. Ao reduzir as oscilações de noradrenalina em quase 50%, esse medicamento também diminui o fluxo de líquido cefalorraquidiano em cerca de 30%, limitando assim a capacidade do cérebro de se limpar. Esses resultados sugerem que o sono induzido por esse tipo de sonífero pode ser menos reparador do que o sono natural.

Sono e doenças neurodegenerativas

Um mau funcionamento do sistema glinfático está ligado ao acúmulo de resíduos no cérebro, um fator de risco para doenças como Alzheimer. Os pesquisadores esperam que essa descoberta permita detectar precocemente disfunções do sistema e desenvolver tratamentos preventivos.

Ao entender melhor esse mecanismo, seria possível melhorar a qualidade do sono e reduzir os riscos de doenças neurodegenerativas. Isso também abre caminho para estudos sobre o efeito de soníferos e para o desenvolvimento de medicamentos mais adequados.
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