Esses fósseis nos esclarecem sobre antigos aquecimentos climáticos intensos da Terra

Publicado por Adrien,
Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences
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A Terra passou por episódios de intensos aquecimentos milhões de anos atrás. Como esses eventos antigos podem iluminar nosso futuro climático?

Geocientistas da Universidade de Utah investigaram as ligações entre as temperaturas da superfície dos oceanos e os níveis de CO₂ atmosférico no final do Paleoceno e início do Eoceno. Este período, marcado por emissões massivas de gases de efeito estufa, experimentou aquecimentos rápidos conhecidos como hiperaquecimentos.


Imagens de fósseis de foraminíferos obtidas por microscópio eletrônico de varredura.
Crédito: Dustin Harper

Suas pesquisas, baseadas na análise de fósseis microscópicos de foraminíferos encontrados em testemunhos oceânicos, revelam uma correlação estreita entre o aumento do CO₂ e a elevação das temperaturas globais. Esses dados oferecem perspectivas para melhor compreender os mecanismos do ciclo do carbono, essenciais para prever a mudança climática de origem humana.

Durante esses períodos de aquecimento, a Terra passou por fases em que as temperaturas oceânicas aumentaram de forma significativa, atingindo níveis que poderiam ser considerados similares aos que observamos hoje. As emissões de carbono, embora menos rápidas do que atualmente, tiveram impactos significativos no clima global.

Os pesquisadores descobriram que, mesmo com variações menores na sensibilidade climática, os efeitos do CO₂ permaneciam constantes, indicando uma resposta previsível do clima diante das emissões de gases de efeito estufa. Esta constatação é essencial para modelar a evolução futura do clima em função das emissões atuais.

Ao analisar as conchas fossilizadas de foraminíferos, os cientistas puderam reconstruir as condições climáticas da época. Esses organismos marinhos, comparáveis a plânctons, armazenam boro em suas conchas, um indicador dos níveis de CO₂ nos oceanos no momento de sua formação.

Os resultados deste estudo podem servir como modelo para prever as consequências potenciais do aquecimento climático atual. As condições observadas durante o PETM e o ETM-2, dois hiperaquecimentos antigos, poderiam representar cenários análogos ao que nos espera, fornecendo ensinamentos preciosos para as futuras gerações.

O que é o Maximum Térmico do Paleoceno-Eoceno (PETM)?


O Maximum Térmico do Paleoceno-Eoceno (PETM) é um evento de aquecimento climático ocorrido há cerca de 56 milhões de anos. Durante este período, a Terra experimentou um rápido aumento das temperaturas globais, provavelmente devido a uma liberação massiva de dióxido de carbono (CO₂) e metano na atmosfera.

As consequências desse aquecimento foram consideráveis: as temperaturas oceânicas e terrestres aumentaram significativamente (+5°C a +8°C), modificando os ecossistemas e provocando a extinção de muitas espécies. O PETM é frequentemente estudado para compreender os mecanismos da mudança climática e suas implicações para o futuro climático do nosso planeta.
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