Esta IA chinesa reconstrói seu rosto analisando seu DNA 🧬

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Advanced Science
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
A genética pode em breve revelar nossas características faciais sem a necessidade de uma foto. Pesquisadores chineses desenvolveram uma IA capaz de modelar um rosto em três dimensões a partir de uma simples amostra de DNA.


Este avanço, chamado Difface, baseia-se em uma análise detalhada das variações genéticas relacionadas à morfologia facial. Embora suas aplicações potenciais em medicina e criminalística sejam promissoras, elas também levantam questões éticas importantes.

Como o DNA molda nossos rostos


Os genes influenciam a estrutura do rosto, desde as maçãs do rosto até o formato do nariz. Marcadores genéticos, como os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), desempenham um papel fundamental nessas características. O Difface associa esses dados a um modelo 3D por meio de um método de aprendizado por contraste.

A IA foi treinada com cerca de 10.000 voluntários de origem chinesa, combinando sequenciamento genético e escaneamentos faciais de alta resolução. Os resultados mostram uma grande precisão na reconstrução: em média, o erro de reconstrução foi de 3,5 mm. A adição de informações como idade ou sexo melhora ainda mais a qualidade dos modelos.

Algumas características, como o formato do nariz, permanecem discerníveis mesmo com dados genéticos incompletos. No entanto, abaixo de 70% dos SNPs analisados, os rostos gerados perdem naturalmente em especificidade.


a) Esquema do funcionamento do Difface em um conjunto de N pares SNP-rosto. Os codificadores aprendem um espaço comum maximizando a similaridade dos pares corretos e reduzindo a dos pares incorretos.
b) Arquitetura do codificador SNP.
c) Arquitetura do codificador de rosto.
d) Estudo de caso comparando imagens originais e geradas.


Uma ferramenta com implicações controversas


Na criminalística, o Difface poderia ajudar a identificar suspeitos a partir de DNA deixado em cenas de crime. Em testes, os participantes tiveram que comparar o rosto reconstruído com uma amostra de 5 rostos humanos: eles conseguiram identificar o correto em 75% dos casos. Mas essa precisão diminui com um número maior de possibilidades.

O uso dessa tecnologia levanta questões sobre a proteção da privacidade. Dados genéticos anonimizados poderiam ser reidentificados por meio de sua tradução facial, abrindo portas para abusos. As legislações atuais não estão preparadas para esses desafios, especialmente em países como China ou Estados Unidos.

Por outro lado, na medicina, por exemplo, o Difface poderia ajudar a diagnosticar síndromes congênitas ou prever o envelhecimento. No entanto, sua eficácia ainda é limitada a populações geneticamente similares às usadas em seu treinamento.
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