Este iceberg colossal está se dirigindo para a Geórgia do Sul. Colisão iminente? 🧊

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: BBC
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Um mastodonte de gelo, duas vezes maior que Londres, está à deriva lentamente em direção a uma ilha remota do Atlântico Sul. A23a, o maior iceberg do mundo, pode ameaçar a rica biodiversidade da Geórgia do Sul, um santuário para milhões de pinguins e focas.

Desde seu desprendimento da Antártica em 1986, este iceberg gigante passou décadas imóvel antes de retomar seu curso em 2020. Hoje, ele está a menos de 300 quilômetros da Geórgia do Sul, levantando preocupações entre os cientistas sobre as possíveis consequências para a fauna local.



Um colosso de gelo em movimento


Com uma área de 3.500 km², A23a é um verdadeiro gigante dos mares. Sua deriva, monitorada por satélite, mostra que ele está se dirigindo inexoravelmente para a Geórgia do Sul. No entanto, as correntes oceânicas ainda podem alterar sua trajetória, oferecendo um vislumbre de esperança.

Seu tamanho impressionante e longevidade o tornam um objeto de estudo único para os cientistas. Diferente de outros icebergs, A23a mostra poucos sinais de fragmentação, o que torna seu comportamento difícil de prever.

Uma ameaça à biodiversidade


A colisão com a ilha pode bloquear o acesso ao mar para pinguins e focas, privando-os de alimento. Um cenário semelhante ocorreu em 2004, resultando em uma mortalidade em massa entre os animais jovens. Os cientistas temem uma repetição dessa tragédia.

A Geórgia do Sul abriga colônias de aves marinhas e mamíferos marinhos entre as mais importantes do mundo. Uma perturbação de seu habitat teria consequências dramáticas para essas espécies já fragilizadas.



Um fenômeno amplificado pelo aquecimento global


A formação de icebergs gigantes como A23a pode se tornar mais frequente com o aumento das temperaturas. Esses eventos, embora naturais, correm o risco de ter impactos crescentes sobre os ecossistemas marinhos e as correntes oceânicas.

O aquecimento global acelera o derretimento das calotas polares, liberando quantidades massivas de água doce nos oceanos. Esse fenômeno pode perturbar os ecossistemas locais e alterar as correntes marinhas em grande escala.

Uma incerteza persistente


Os especialistas permanecem cautelosos quanto ao desfecho dessa deriva. O iceberg pode encalhar na plataforma continental ou continuar sua rota em direção a águas mais profundas. Nas próximas semanas, as observações por satélite serão essenciais para antecipar seu comportamento.

A comunidade científica está monitorando de perto a situação. No entanto, os meios para desviar um colosso de gelo como esse permanecem limitados, deixando uma certa incerteza no ar.

Para saber mais: O que é um iceberg e como ele se forma?


Um iceberg é uma massa de gelo desprendida de uma geleira ou plataforma de gelo que flutua no oceano. Esses gigantes de gelo, muitas vezes imponentes, vêm principalmente das regiões polares, como a Antártica ou a Groenlândia. Sua formação é um processo natural, mas que pode ser influenciado pelas mudanças climáticas.


Quando o gelo acumulado em uma geleira se torna muito espesso, ele acaba se desprendendo sob o efeito da gravidade e da pressão. Esse fenômeno, chamado de "parto de icebergs", dá origem a icebergs de tamanhos variados. Alguns, como A23a, podem atingir dimensões colossais, ultrapassando vários milhares de quilômetros quadrados.

Os icebergs são compostos principalmente de água doce, proveniente da neve acumulada ao longo de milhares de anos. Sua base, submersa, representa cerca de 90% de seu volume total, o que explica por que eles flutuam enquanto permanecem parcialmente escondidos sob a superfície da água. Sua deriva é influenciada pelas correntes oceânicas e pelos ventos.

Ao derreter, os icebergs liberam água doce e nutrientes no oceano, o que pode alterar os ecossistemas marinhos. Eles também desempenham um papel no ciclo do carbono, transportando partículas orgânicas presas no gelo. No entanto, seu derretimento acelerado devido ao aquecimento global apresenta grandes desafios ambientais.
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