Os investigadores identificaram este gigante na galáxia apelidada de Ferradura Cósmica, cuja massa deforma tão fortemente o espaço-tempo que curva a luz de uma galáxia de fundo num anel caracterÃstico.
As implicações são vastas: compreender como os buracos negros influenciam a formação estelar nas suas galáxias. Quando se tornam activos como quasares, libertam uma energia titânica que impede a condensação das nuvens de gás em novas estrelas. A nossa Via Láctea, com o seu buraco negro central de 4 milhões de massas solares, poderá conhecer um tal despertar durante a sua futura fusão com a galáxia de Andrómeda.
Os investigadores planeiam agora utilizar o telescópio espacial Euclid para detectar mais destes gigantes ocultos, de modo a mapear o seu papel na interrupção da formação estelar e compreender melhor as ligações entre buracos negros e galáxias.
As lentes gravitacionais classificam-se em três tipos: forte, fraca e microlente. A lente forte, utilizada aqui, produz imagens múltiplas ou arcos visÃveis, enquanto os outros tipos necessitam de análises estatÃsticas para detectar distorções subtis.
Os buracos negros ultramassivos, como o descoberto, representam o extremo superior desta escala, com massas que excedem 10 mil milhões de massas solares. A sua existência coloca questões sobre os limites do crescimento dos buracos negros e os processos que permitem atingir tais massas.
Ao contrário dos buracos negros estelares formados pelo colapso de estrelas, os supermassivos e ultramassivos estão ligados à evolução das galáxias. Os seus jactos de energia e ventos poderosos podem regular a formação estelar, aquecendo ou expulsando o gás necessário ao nascimento de novas estrelas.