👀 Não apenas Supermassivo, mas Ultramassivo! Eis o buraco negro mais imponente do Universo conhecido!

Publicado por Adrien,
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
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A astronomia acaba de revelar um monstro cósmico de uma amplitude inédita, um buraco negro tão colossal que redefine as fronteiras da nossa compreensão do Universo. Esta descoberta maior, situada no coração de uma galáxia, abre novas perspectivas sobre a formação das estruturas mais massivas do espaço.

Os investigadores identificaram este gigante na galáxia apelidada de Ferradura Cósmica, cuja massa deforma tão fortemente o espaço-tempo que curva a luz de uma galáxia de fundo num anel característico.


Imagem da Ferradura Cósmica destacando a distorção luminosa causada pelo buraco negro central.
Crédito: NASA/ESA/Tian Li(University of Portsmouth)

Graças a uma combinação inovadora de lentes gravitacionais e cinemática estelar, a equipa conseguiu medir com precisão um buraco negro equivalente a 36 mil milhões de vezes a massa do nosso Sol. Este método, mais fiável do que as estimativas baseadas na acreção de matéria, permite estudar mesmo os buracos negros "adormecidos" que não emitem activamente radiação.

Esta técnica permite explorar o Universo distante, onde as galáxias aparecem demasiado pequenas para que se possam observar directamente as regiões centrais. Ao analisar simultaneamente a trajectória da luz desviada e os movimentos rápidos das estrelas nas proximidades do buraco negro, os cientistas confirmaram a sua existência e a sua massa fenomenal. O professor Thomas Collett sublinha que esta abordagem reduz consideravelmente as incertezas habituais das medições indirectas.

A própria galáxia hospedeira é um "grupo fóssil", resultado da fusão de múltiplas galáxias ao longo do tempo. Todos os buracos negros supermassivos originais ter-se-iam amalgamado para formar este único e ultramassivo buraco negro, oferecendo um vislumbre do estado final da evolução galáctica.

As implicações são vastas: compreender como os buracos negros influenciam a formação estelar nas suas galáxias. Quando se tornam activos como quasares, libertam uma energia titânica que impede a condensação das nuvens de gás em novas estrelas. A nossa Via Láctea, com o seu buraco negro central de 4 milhões de massas solares, poderá conhecer um tal despertar durante a sua futura fusão com a galáxia de Andrómeda.

Os investigadores planeiam agora utilizar o telescópio espacial Euclid para detectar mais destes gigantes ocultos, de modo a mapear o seu papel na interrupção da formação estelar e compreender melhor as ligações entre buracos negros e galáxias.

Lente gravitacional


A lente gravitacional é um fenómeno previsto pela teoria da relatividade geral de Einstein, em que a massa de um objecto celeste curva o espaço-tempo e desvia a luz que passa nas suas proximidades. Isto actua como uma lupa cósmica, ampliando e distorcendo a imagem dos objectos de fundo, o que permite aos astrónomos estudar regiões de outra forma invisíveis.

No caso da Ferradura Cósmica, a galáxia massiva curva de tal forma a luz que forma um anel quase perfeito, chamado anel de Einstein. Este efeito não só revela a presença de um objecto extremamente massivo, como também permite medir a sua influência gravitacional com grande precisão.

As lentes gravitacionais classificam-se em três tipos: forte, fraca e microlente. A lente forte, utilizada aqui, produz imagens múltiplas ou arcos visíveis, enquanto os outros tipos necessitam de análises estatísticas para detectar distorções subtis.

Esta técnica tornou-se uma ferramenta fundamental em cosmologia, permitindo explorar a matéria escura, os exoplanetas, e agora os buracos negros supermassivos, aproveitando a curvatura do espaço-tempo como um telescópio natural.

Buracos negros supermassivos e ultramassivos


Os buracos negros supermassivos são objectos cósmicos com massas que variam de milhões a milhares de milhões de vezes a do Sol, residindo no centro da maioria das galáxias. Formam-se provavelmente a partir do colapso de estrelas massivas primordiais ou por acreção de matéria ao longo do tempo cósmico.

Os buracos negros ultramassivos, como o descoberto, representam o extremo superior desta escala, com massas que excedem 10 mil milhões de massas solares. A sua existência coloca questões sobre os limites do crescimento dos buracos negros e os processos que permitem atingir tais massas.

Ao contrário dos buracos negros estelares formados pelo colapso de estrelas, os supermassivos e ultramassivos estão ligados à evolução das galáxias. Os seus jactos de energia e ventos poderosos podem regular a formação estelar, aquecendo ou expulsando o gás necessário ao nascimento de novas estrelas.

A descoberta de buracos negros adormecidos, como este, é particularmente interessante porque permite estudar a sua massa pura através da gravidade, sem os enviesamentos introduzidos pela actividade luminosa, oferecendo assim uma visão mais clara do seu papel na evolução galáctica.
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