Os golfinhos, esses mamíferos marinhos conhecidos por sua inteligência e sociabilidade, podem ser a chave para entender como comunicar com inteligências extraterrestres. Um estudo recente analisa seus assobios, que parecem funcionar como palavras.
A equipe de Laela Sayigh, do Instituto Oceanográfico Woods Hole, ganhou o prêmio Coller Dolittle Challenge por suas pesquisas sobre comunicação entre espécies. Seu estudo foca nos golfinhos-nariz-de-garrafa de Sarasota, na Flórida, e seus assobios não-assinatura.
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Esses assobios, que representam cerca de metade das vocalizações dos golfinhos estudados, diferem dos assobios assinatura, mais conhecidos. A equipe usa hidrofones de ventosa para gravar esses sons, esperando decifrar seu significado por meio de aprendizado profundo.
Arik Kershenbaum, da Universidade de Cambridge, vê nessas pesquisas um paralelo com a busca por sinais extraterrestres. Ele destaca a importância de estudar a comunicação animal para preparar a recepção de mensagens vindas de outros lugares.
Bill Diamond, presidente do Instituto SETI, explica que o estudo de comunicações não humanas, como as das baleias-jubarte, interessa cada vez mais os pesquisadores em astrobiologia. Esses animais transmitem informações sofisticadas, muito além de simples sinais de reprodução ou perigo.
A questão central é saber se existem regras matemáticas universais que governam a transmissão de informações. A descoberta de tais regras poderia não apenas ajudar a identificar sinais extraterrestres inteligentes, mas também a traduzi-los.
O Allen Telescope Array, ferramenta chave na busca por tecnosignaturas extraterrestres. Crédito: SETI Institute/Joe Marfia
Essa abordagem interdisciplinar, misturando biologia, linguística e astronomia, abre novas perspectivas na compreensão da comunicação, seja terrestre ou extraterrestre. Os pesquisadores propõem a criação de uma base de dados colaborativa para compartilhar suas descobertas.
Por que estudar a comunicação animal para buscar extraterrestres?
O estudo da comunicação animal, especialmente em espécies inteligentes como golfinhos e baleias, fornece pistas sobre como uma inteligência pode evoluir e se expressar em um ambiente diferente do nosso.
Essas pesquisas ajudam a identificar os possíveis universais na transmissão de informações, que poderiam se aplicar a qualquer forma de vida inteligente, independente de sua origem.
Ao entender como os animais terrestres se comunicam, os cientistas esperam desenvolver ferramentas e métodos para detectar e interpretar possíveis sinais extraterrestres, tornando a busca por vida em outros lugares do Universo mais tangível.