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💘 O papel oculto da medula espinhal na sexualidade
Publicado por Adrien, Fonte: CNRS INSB Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Pensávamos que o cérebro gerenciava todas as etapas do ato sexual, com exceção do reflexo ejaculatório final, organizado na medula espinhal. Novas descobertas em ratos, publicadas na Nature Communications, demonstram, ao contrário, que os circuitos espinhais não são um simples relé passivo; pelo contrário, eles moldam ativamente a excitação sexual, o acasalamento e finalmente a ejaculação.
A medula espinhal não é apenas um simples interruptor da ejaculação
A medula espinhal não se limita a desencadear a ejaculação: ela também molda o comportamento sexual masculino, revela um estudo publicado na revista Nature Communications.
Tradicionalmente, pensava-se que o cérebro controlava a excitação, a corte nupcial e o acasalamento, enquanto a medula espinhal se limitava a desencadear a ejaculação de forma reflexa. Um grupo de cientistas demonstra, ao contrário, em ratos, que os circuitos da medula espinhal também participam na excitação, no acasalamento e no ritmo das relações sexuais.
Imagem de ilustração Pixabay
"A medula espinhal não é simplesmente um relé passivo executando as ordens do cérebro", explica Susana Lima, investigadora principal do Laboratório de Neuroetologia da Fundação Champalimaud em Portugal. "Ela integra os sinais sensoriais, reage à excitação e ajusta a sua resposta em função do estado interno do animal."
Um circuito chave em torno do músculo bulbocavernoso
A equipa concentrou-se no músculo bulbocavernoso (MBC), essencial para a expulsão do esperma. Durante a ejaculação, este músculo contrai-se segundo um padrão bem definido.
Utilizando ratos geneticamente modificados cujos certos neurónios da medula espinhal (aqueles que produzem a molécula "galanina" e chamados neurónios Gal+) brilham sob luz fluorescente, os cientistas mostraram que estes neurónios Gal+ estão diretamente ligados aos motoneurónios que comandam o MBC. Registos eletrofisiológicos, com a técnica do patch-clamp, confirmaram que a ativação dos neurónios Gal+ estimula estes motoneurónios graças a uma ligação que utiliza o neurorrecetor glutamato.
Ao estimular estes neurónios Gal+ pela luz (optogenética) ou por corrente elétrica, os cientistas provocaram contrações do músculo MBC nestes ratos, mas sem garantir uma ejaculação completa, ao contrário do que é observado no rato. Além disso, estimulações repetidas levavam a respostas cada vez mais fracas, sugerindo a existência de uma fase refratária consecutiva à ativação muscular.
Uma visão revista do controle sexual
Estes neurónios Gal⁺ recebem também sinais sensoriais provenientes dos órgãos genitais. Os cientistas mostraram em ratos machos "espinalizados", ou seja, cujo cérebro está desligado da medula espinhal, que uma simples estimulação do pénis ativa tanto os neurónios Gal⁺ como os motoneurónios do MBC. Isto demonstra que os sinais genitais atingem este circuito espinhal sem intervenção do cérebro. Além disso, efeitos mais marcados eram observados quando os sinais cerebrais estavam ausentes (em ratos espinalizados), o que implica que o cérebro exerce normalmente um controle inibitório sobre este circuito espinhal, até que as condições para a ejaculação estejam reunidas.
Quando os cientistas desativaram seletivamente os neurónios Gal+, o comportamento dos ratos machos mudou: ejaculação atrasada, acasalamentos mais frequentemente falhados e ritmo das relações perturbado. A contribuição deste circuito parece, portanto, ir além da simples mecânica da ejaculação para desempenhar um papel ativo em todo o comportamento sexual.
Estes resultados põem, portanto, em causa a ideia segundo a qual a ejaculação seria simplesmente um reflexo executado após um sinal verde do cérebro. Pelo contrário, o desenrolar do ato sexual parece moldado por um diálogo contínuo entre os sinais sensoriais, o estado interno (incluindo o facto de uma ejaculação ter ocorrido previamente ou não) e os circuitos espinhais. No coração deste processo, os neurónios Gal⁺ aparecem como verdadeiros integradores, capazes de "decidir" quando ativar o padrão motor em função dos sinais recebidos e do estado fisiológico do animal.