Primeira cartografia titânica de um cérebro, com 500 milhões de conexões neuronais 🧠

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Uma equipe internacional reconstituiu, com precisão sem precedentes, a arquitetura e o funcionamento de dezenas de milhares de neurônios de uma amostra de cérebro de rato, e suas 500 milhões de conexões.

Este trabalho titânico, publicado na Nature, marca um ponto de virada nas neurociências. Oferece uma visão inédita dos mecanismos que sustentam a visão no rato, ao mesmo tempo que abre perspectivas para compreender algumas doenças neurológicas humanas.



Uma proeza tecnológica sem precedentes


Durante nove anos, os pesquisadores combinaram microscopia eletrônica e inteligência artificial para reconstruir essa rede neuronal em 3D. O fragmento analisado, proveniente do córtex visual, foi cortado em 28.000 fatias ultrafinas antes de ser digitalizado.

Antes de analisar essa rede neuronal, a equipe havia registrado a atividade dos neurônios enquanto o rato assistia a trechos de filmes. Essa dupla abordagem, estrutural e funcional, permite relacionar diretamente a anatomia do cérebro ao seu funcionamento.

Os dados gerados, equivalentes a 22 anos de vídeo em HD, agora estão acessíveis livremente. Esse repositório servirá de base para futuras pesquisas sobre distúrbios neurológicos relacionados a uma conectividade anormal.

Descobertas que desafiam os modelos existentes


Contrariamente às expectativas, os neurônios inibitórios não se limitam a moderar a atividade cerebral de forma aleatória. Sua ação é altamente seletiva, direcionando circuitos específicos para coordenar a atividade global.

Os pesquisadores também identificaram novos tipos celulares e padrões de conexão desconhecidos. Essas observações sugerem que o cérebro é muito menos desorganizado do que se pensava, seguindo regras de organização que ainda precisam ser elucidadas.

Esses resultados podem inspirar novas abordagens terapêuticas, especialmente para patologias como autismo e esquizofrenia, onde a comunicação neuronal está alterada.
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