Protetores solares: o fim dos testes na pele?

Publicado por Redbran,
Fonte: CNRS INC
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O fator de proteção solar não depende apenas da fórmula química de um protetor solar, mas também da maneira como ele se espalha e adere à pele.


Imagem ilustrativa Pexels

Até então, esse índice era obtido por testes in vivo realizados em voluntários humanos, o que levanta problemas éticos e práticos (riscos de câncer, custo...). Cientistas acabam de desenvolver experimentos in vitro promissores que permitem melhorar a confiabilidade e a compreensão desse tipo de teste.

O fator de proteção de um produto solar era até agora determinado expondo a pele de voluntários a doses crescentes de radiação UV até o aparecimento das primeiras vermelhidões. Embora esses testes in vivo tenham servido por décadas para estabelecer o fator de proteção dos produtos comerciais, eles apresentam muitos problemas.

Éticos, em primeiro lugar, porque expor pessoas a radiações potencialmente cancerígenas é questionável, mas também porque esses testes são caros e demorados. E, do ponto de vista regulatório, as restrições crescentes às experimentações in vivo comprometem seu futuro a médio prazo.

Para contornar essas dificuldades, cientistas do Centro de Pesquisa Paul Pascal (CNRS/Universidade de Bordeaux) trabalham no aprimoramento dos testes, in vitro desta vez, realizados em substratos de plástico. Um método de baixo custo que fornece resultados rapidamente, mas para o qual os cientistas ainda têm dificuldade em reproduzir os valores obtidos in vivo.

Utilizando substratos com diferentes rugosidades que se aproximam da pele, os pesquisadores estudaram a correlação entre os resultados in vivo e in vitro. O estudo por fotografia UV e espectroscopia do comportamento do protetor solar em placas com diferentes rugosidades permitiu-lhes mostrar que o protetor forma um filme fino na superfície do substrato, cuja textura, espessura e homogeneidade influenciam fortemente a eficácia.

Pela primeira vez, ao adaptar a esses filmes não homogêneos a lei de Beer-Lambert, que descreve como a luz é absorvida ao atravessar uma substância, eles estabeleceram uma relação analítica entre a absorbância, a distribuição de espessura, a homogeneidade do filme e a eficácia da proteção.

Esse modelo, validado em 3 protetores solares, explica a baixa correlação entre os resultados obtidos in vitro e in vivo para fatores de proteção altos. É também um grande passo para entender a variabilidade conforme o tipo de produto solar (stick, creme, loção, spray).

Esses trabalhos publicados na revista ACS Applied Materials & Interfaces mostram o quanto as propriedades dos filmes formados na pele pelos protetores solares influenciam sua eficácia.

Esses resultados são consistentes com a nova norma in vitro publicada em dezembro de 2024, que agora permite o uso exclusivo de testes in vitro para a reivindicação do fator de proteção. Essa abordagem deve permitir uma generalização para todos os tipos de formulações e assim obter um fator de proteção cada vez mais confiável, correspondente ao que é realmente observado em humanos.
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