Cooperação: uma nova luz sobre a experiência do marshmallow 🤔

Publicado por Adrien,
Fonte: Royal Society Open Science
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Uma equipe de psicólogos da Universidade de Manchester, no Reino Unido, em colaboração com um colega da Universidade Mohammed VI Polytechnique, no Marrocos, explorou como a presença de um parceiro influencia o comportamento das crianças durante a experiência do marshmallow.

O estudo, publicado na Royal Society Open Science, revela nuances inesperadas na capacidade das crianças de adiar a gratificação.


Imagem ilustrativa Pexels

A experiência do marshmallow conduzida em Stanford em 1970 por Walter Mischel avaliou a capacidade das crianças de adiar a gratificação. Cada criança tinha que escolher entre comer um marshmallow imediatamente ou esperar quinze minutos para receber um segundo. A maioria cedeu rapidamente, enquanto cerca de um terço esperou graças a estratégias como cobrir os olhos ou cantar. Essa habilidade de autocontrole foi associada a melhores resultados acadêmicos e uma saúde mais estável no futuro.

Essa experiência marcou a psicologia ao demonstrar a importância da gratificação adiada. As crianças que esperavam por uma recompensa maior mostraram posteriormente melhores habilidades sociais e acadêmicas. A nova pesquisa revisita essas conclusões com uma abordagem moderna e interativa.

O estudo foi realizado online, com crianças colocadas em situações em que precisavam cooperar com um parceiro desconhecido. Ao contrário das experiências tradicionais, as crianças podiam ver se seu parceiro prometia esperar ou parecia hesitar. Essa configuração permitiu observar como a confiança interpessoal afeta a paciência.

Os resultados mostram que as crianças estão mais propensas a esperar por uma recompensa maior se seu parceiro também afirmar querer esperar. Por outro lado, a incerteza do parceiro reduz essa tendência. Esse fenômeno é particularmente marcante nas crianças mais jovens, para quem a promessa de um colega tem um impacto significativo.

Essa pesquisa destaca a importância do contexto social no desenvolvimento do autocontrole. As crianças não tomam decisões apenas com base em seus próprios desejos, mas também de acordo com as ações antecipadas dos outros. Isso abre novas perspectivas sobre o aprendizado da paciência e da cooperação.

As implicações dessas descobertas são amplas, especialmente nos campos da educação e do desenvolvimento infantil. Entender como as interações sociais influenciam a gratificação adiada pode ajudar a criar programas educacionais mais eficazes, promovendo habilidades essenciais para a vida adulta.

O estudo oferece, assim, um insight valioso sobre os mecanismos psicológicos subjacentes à cooperação e ao autocontrole em crianças. Ele lembra que nossas escolhas muitas vezes refletem nosso ambiente social, e não apenas nossa vontade individual.
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