Uma máquina para minerar a Lua está a ser desenvolvida 🚧

Publicado por Adrien,
Fonte: Interlune
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A Interlune, uma startup sediada em Seattle, apresentou um escavador lunar em parceria com a Vermeer, uma fabricante de equipamentos industriais. Esta máquina foi projetada para processar até 100 toneladas de regolito lunar por hora, com o objetivo de extrair hélio-3, um isótopo raro na Terra mas abundante na Lua.


Uma representação do Interlune Harvester, que integrará equipamento de escavação desenvolvido em parceria com a Vermeer.
Crédito: Interlune

O hélio-3 é considerado um combustível potencial para futuros reatores de fusão. No entanto, a sua extração e transporte para a Terra representam desafios técnicos e económicos significativos. Os custos associados podem limitar a sua utilização imediata como fonte de energia.

A Interlune planeia um processo em quatro etapas para explorar os recursos espaciais: escavação, triagem, extração e separação. O protótipo atual marca uma etapa crucial após testes bem-sucedidos com uma versão reduzida da máquina no ano passado.

Várias nações, incluindo os Estados Unidos, a China e o Japão, estão interessadas na extração de hélio-3 lunar. Apesar dos obstáculos, a exploração dos recursos lunares representa um desafio estratégico para o futuro.

A extração de hélio-3 na Lua poderia transformar a nossa abordagem à energia e à exploração espacial. No entanto, o seu impacto real dependerá dos avanços no campo da fusão nuclear e das infraestruturas espaciais.


Protótipo em escala real do escavador Interlune, desenvolvido em parceria com a Vermeer. Esta máquina destina-se à extração de hélio-3 na Lua.
Crédito: Interlune


O que é o hélio-3 e por que é tão valioso?


O hélio-3 é um isótopo raro do hélio, presente em quantidades mínimas na Terra mas mais abundante na Lua. É produzido por reações nucleares no Sol e transportado pelo vento solar, acumulando-se no regolito lunar.

Este isótopo é particularmente procurado pelo seu potencial em reatores de fusão nuclear. Ao contrário das reações de fissão tradicionais, a fusão do hélio-3 com outros elementos produz muito menos resíduos radioativos e poderia oferecer uma fonte de energia mais limpa.

No entanto, a tecnologia para explorar eficientemente o hélio-3 em reatores de fusão ainda não está madura. Os cientistas estão a trabalhar em soluções para superar os desafios técnicos, incluindo a necessidade de temperaturas e pressões extremamente elevadas para iniciar a fusão.

A extração e transporte do hélio-3 da Lua para a Terra também representam desafios logísticos e económicos consideráveis. Estes obstáculos precisam de ser superados para que o hélio-3 se torne uma fonte de energia viável.

Como funciona o escavador lunar da Interlune?


O escavador lunar da Interlune foi projetado para funcionar nas condições extremas da Lua, onde a gravidade é baixa e o ambiente é poeirento e irradiado. A máquina utiliza tecnologias adaptadas para escavar e processar o regolito lunar a alta velocidade.

Uma vez extraído, o regolito é processado para separar o hélio-3 de outros materiais. Este processo envolve técnicas de aquecimento e filtração para isolar o isótopo precioso. A eficiência desta etapa é crucial para a viabilidade económica do projeto.

A parceria com a Vermeer permitiu adaptar tecnologias terrestres de escavação e processamento de materiais às especificidades lunares. Esta colaboração ilustra a importância das sinergias entre setores tradicionais e novas indústrias espaciais.

Testes preliminares demonstraram a viabilidade do conceito, mas são necessárias melhorias para otimizar o desempenho e durabilidade da máquina no ambiente lunar. As próximas fases de desenvolvimento serão determinantes para o sucesso do projeto.
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