O nosso Universo gira sobre si mesmo? Descubra as implicações

Publicado por Adrien,
Fonte: arXiv
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
O Universo poderia girar sobre si mesmo como um pião gigante? Esta ideia, proposta pelo físico Nikodem Poplawski, abre perspetivas surpreendentes sobre a energia escura e a estrutura do cosmos.

As observações do telescópio espacial James Webb revelaram que dois terços das galáxias giram na mesma direção. Esta descoberta sugere uma ausência de aleatoriedade na orientação das galáxias, o que poderia indicar uma rotação global do Universo. Tal rotação teria implicações maiores na nossa compreensão da energia escura e da estrutura do Universo.


Segundo Poplawski, se o Universo gira, isso implicaria a existência de um quadro de referência exterior, portanto, de um multiverso. Esta teoria junta-se à ideia de que cada buraco negro poderia ser uma porta para outro universo. Os buracos negros, também em rotação, poderiam transmitir essa rotação ao universo que geram.

A energia escura, essa força misteriosa que acelera a expansão do Universo, poderia estar ligada a esta rotação. Poplawski sugere que a força centrífuga devida à rotação do Universo poderia explicar a energia escura e o seu enfraquecimento observado. Esta hipótese oferece uma alternativa aos modelos cosmológicos tradicionais.

As pesquisas futuras, nomeadamente as que dizem respeito ao fluxo dos aglomerados de galáxias e à assimetria dos eixos de rotação das galáxias, poderiam confirmar esta teoria. Uma melhor compreensão da energia escura e da sua evolução no tempo é também crucial para validar estas ideias.

Poplawski está atualmente a trabalhar numa equação que descreve como a constante cosmológica, gerada pela velocidade angular do Universo, diminui com o tempo. Comparar esta previsão teórica com as observações poderia marcar um avanço significativo na nossa compreensão do Universo.


Uma cronologia do universo e a sua expansão, nascido num buraco negro?
Crédito: NASA/WMAP


O que é a energia escura?


A energia escura é uma forma hipotética de energia que preencheria todo o espaço e seria responsável pela aceleração da expansão do Universo. Ao contrário da matéria escura, que age como uma força atrativa, a energia escura tem um efeito repulsivo.

A sua existência foi proposta para explicar observações astronómicas que não se encaixam nas leis da gravidade tal como as conhecemos. Como o seu nome sugere, a energia escura não é diretamente observável, e a sua natureza exata continua a ser um dos maiores mistérios da cosmologia.

Os cientistas utilizam diversos instrumentos, como o Dark Energy Spectroscopic Instrument (DESI), para estudar a energia escura. As observações recentes sugerem que esta força poderia estar a enfraquecer com o tempo, o que questiona os modelos cosmológicos atuais.

Compreender a energia escura é essencial para perceber o destino final do Universo. Dependendo da sua natureza, o Universo poderia continuar a expandir-se indefinidamente, rasgar-se ou até mesmo colapsar sobre si mesmo.

Como é que um universo em rotação influencia a nossa compreensão do cosmos?


Um universo em rotação introduz um quadro de referência absoluto, o que contradiz o princípio da relatividade segundo o qual todos os movimentos são relativos. Isso implicaria que o Universo gira em relação a algo exterior, sugerindo a existência de um multiverso.

Esta rotação poderia também explicar algumas anomalias observadas na distribuição das galáxias e no seu movimento. Por exemplo, o alinhamento preferencial dos eixos de rotação das galáxias poderia ser uma consequência da rotação global do Universo.

A teoria de Poplawski relaciona esta rotação com a formação dos universos através dos buracos negros. Segundo esta ideia, cada buraco negro em rotação geraria um novo universo cuja rotação seria herdada do buraco negro progenitor.

Se esta teoria for confirmada, poderia revolucionar a nossa compreensão da estrutura do Universo e da sua origem. Abriria também novos caminhos para explorar a natureza da energia escura e a possibilidade de outros universos.
Página gerada em 0.316 segundo(s) - hospedado por Contabo
Sobre - Aviso Legal - Contato
Versão francesa | Versão inglesa | Versão alemã | Versão espanhola