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🦴 Descoberta de uma fábrica de gordura com 125 mil anos
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte:Science Advances Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Há 125 mil anos, nas planícies da Alemanha, grupos de neandertais transformavam ossos em preciosas reservas energéticas. Uma descoberta recente revoluciona nossa visão sobre suas habilidades técnicas e organizacionais.
As pesquisas realizadas no sítio de Neumark-Nord revelam práticas sofisticadas, muito distantes da imagem simplista do caçador-coletor primitivo. Os neandertais exploravam sistematicamente a gordura animal, um recurso vital para sobreviver aos rigores climáticos. Este avanço científico, publicado na Science Advances, lança nova luz sobre suas estratégias de subsistência.
De ossos inteiros a fragmentos minúsculos. Foto: Kindler, LEIZA-Monrepos
Uma exploração metódica das carcaças
Os arqueólogos identificaram mais de 118 mil fragmentos de ossos pertencentes a 172 grandes mamíferos, principalmente cavalos e auroques. Estes ossos apresentam marcas de fraturas intencionais e aquecimento, indicando um tratamento minucioso.
A concentração dos restos em uma área limitada sugere um local especializado, dedicado à produção de gordura. Os neandertais selecionavam os ossos mais ricos em lipídios, como fêmures, e evitavam as partes menos nutritivas.
Esta atividade exigia um planejamento rigoroso, desde a caça até o armazenamento das carcaças. Os pesquisadores levantam até a hipótese de esconderijos temporários para otimizar o rendimento energético.
Habilidades técnicas inesperadas
A extração de gordura por aquecimento na água representa uma técnica avançada, muito mais complexa que o simples consumo de tutano. Os neandertais dominavam este processo bem antes da chegada do Homo sapiens na Europa.
Ferramentas de pedra e fogueiras atestam um know-how elaborado. Os resíduos vegetais carbonizados (avelãs, bolotas) mostram também uma alimentação diversificada, combinando gorduras animais e carboidratos.
Estas descobertas confirmam que os neandertais adaptavam seus métodos às restrições sazonais. Sua capacidade de antecipar escassezes no inverno reflete uma inteligência prática notável.