❄️ O gelo não se comporta como se supunha no espaço

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Physical Review B
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Ao contrário do que se pensava, o gelo que povoa o Universo não é totalmente desorganizado. Pesquisadores acabam de detectar nele a presença de nanocristais, questionando décadas de certezas científicas.

Esta descoberta lança uma nova luz sobre a composição do chamado gelo "amorfo", predominante em cometas, luas geladas ou nuvens interestelares. Graças a simulações e experimentos inovadores, uma equipe inglesa demonstrou que este gelo esconde na verdade uma organização insuspeita.


M. Davies/University College London


Uma estrutura mais complexa do que se previa


As simulações numéricas reproduziram o congelamento da água a -120°C, revelando que 20% do gelo adotava uma estrutura cristalina. Estes nanocristais, com apenas três nanômetros de largura, explicam melhor os dados experimentais existentes do que o modelo puramente amorfo.

Os pesquisadores então criaram diferentes formas de gelo em laboratório. Ao aquecer estas amostras, observaram que cada uma mantinha uma "memória" de sua formação inicial. Esta persistência estrutural revela a presença de uma organização subjacente.

Estes resultados contradizem a hipótese de que o frio espacial impediria qualquer cristalização. Para o físico Michael Davies, este avanço permite finalmente visualizar a estrutura atômica do gelo mais difundido no cosmos.

Implicações cosmológicas e tecnológicas


A descoberta influencia vários campos, em particular a teoria da panspermia. Se os nanocristais reduzem o espaço disponível para aprisionar moléculas orgânicas, as zonas amorfas continuam capazes de transportar os blocos da vida através do espaço.

As aplicações terrestres são igualmente promissoras. Como destaca o químico Christoph Salzmann, os materiais amorfos usados em fibra óptica poderiam ganhar em desempenho se seus eventuais microcristais fossem eliminados.

Por fim, esta pesquisa abre novos caminhos para explorar o gelo espacial. Sua estrutura peculiar poderia torná-lo um material ideal para proteger naves contra radiações ou armazenar combustíveis espaciais.
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