Alguns adoçantes presentes na nossa alimentação diária podem influenciar o momento em que as crianças entram na puberdade. Um estudo recente destaca essa ligação, especialmente em crianças geneticamente predispostas.
O estudo, apresentado no congresso anual da Endocrine Society, revela uma correlação entre o consumo de aspartame, sucralose, glicirrizina e açúcares adicionados e o desencadeamento precoce da puberdade. Adolescentes que consomem essas substâncias em grande quantidade apresentam um risco aumentado, principalmente se possuírem traços genéticos específicos.
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A puberdade precoce central, caracterizada pela ativação prematura dos mecanismos cerebrais relacionados à puberdade, está sendo cada vez mais observada. Essa condição pode levar a complicações como dificuldades emocionais, estatura adulta reduzida e riscos aumentados para a saúde metabólica e reprodutiva.
Pesquisas anteriores do Dr. Yang-Ching Chen mostraram que alguns adoçantes afetam diretamente os hormônios e o microbioma intestinal, ligados ao desenvolvimento puberal. Por exemplo, o acessulfame de potássio pode estimular a liberação de hormônios puberais ao ativar os receptores do sabor doce no cérebro.
O estudo TPLS, que incluiu 1.407 adolescentes, utilizou questionários e análises de urina para avaliar o consumo de adoçantes. Os resultados indicam diferenças de acordo com o sexo, com um risco aumentado em meninos que consomem sucralose e em meninas que consomem glicirrizina, sucralose e açúcares adicionados.
Essas descobertas podem influenciar futuras recomendações alimentares e ferramentas de avaliação de riscos para crianças, a fim de promover um desenvolvimento mais saudável. O Dr. Chen destaca a importância desses resultados para as famílias, pediatras e autoridades de saúde pública.
Quais são as consequências a longo prazo da puberdade precoce?
A puberdade precoce pode ter repercussões significativas na saúde física e mental. Entre as complicações potenciais, destacam-se um risco aumentado de problemas metabólicos, como obesidade e diabetes tipo 2.
No plano emocional, as crianças afetadas podem enfrentar dificuldades de adaptação social e escolar. O descompasso entre seu desenvolvimento físico e sua maturidade emocional pode ser fonte de estresse e ansiedade.
Por fim, a puberdade precoce pode afetar o crescimento, levando a uma estatura adulta reduzida. Isso se deve ao fechamento prematuro das placas de crescimento dos ossos, sob o efeito dos hormônios sexuais.