🐚 Por que os fractais parecem tão comuns no mundo vivo?

Publicado por Adrien,
Fonte: CNRS INSU
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Num estudo publicado no Journal of the Royal Society Interface, cientistas do Laboratório de Geologia de Lyon e da Universidade de Oxford propõem um modelo teórico que descreve a formação de espinhos de aparência fractal em alguns gastrópodes. Esta dinâmica de crescimento, embora revelada num molusco, também se aplicaria a muitas estruturas dos reinos vegetal, fúngico e animal.

Algumas conchas de gastrópodes são ornamentadas com estruturas espinhosas que apresentam uma complexidade de aparência fractal (no sentido matemático, cujos detalhes se repetem em todas as escalas). Estes ornamentos, durante muito tempo enigmáticos, encontram hoje uma explicação graças a um modelo físico que combina instabilidade mecânica e crescimento sequencial.


Modelos hierárquicos em várias estruturas de plantas, fungos e animais.

Os cientistas mostram que os espinhos fractais das conchas de gastrópodes formam-se quando uma instabilidade mecânica da membrana secretora expande episodicamente um padrão autossimilar de microdobras gerado mecanicamente de forma contínua. Durante o crescimento, esta transformação deixa estrias espirais na concha.

Uma dinâmica de crescimento partilhada através do mundo vivo


Este mecanismo não é exclusivo das conchas. Reflete uma dinâmica genérica de crescimento observada em muitos organismos.

O estudo identifica estruturas semelhantes nos três grandes reinos do mundo vivo (reino animal, vegetal e fúngico) apresentando todas um crescimento sequencial seguindo a mesma dinâmica genérica. Entre elas: a parede das algas unicelulares, as nervuras das folhas, as lamelas dos fungos, os flutuadores das "caravelas-portuguesas", os esqueletos dos corais, os dentículos das pinças das lagostas, as hastes dos crinoides, os dentículos dos peixes-serra...

Todas estas estruturas, embora muito distantes, partilham um esquema de desenvolvimento baseado na subdivisão recursiva de um domínio em crescimento, associada a uma condição de irreversibilidade que dá uma "memória" ao sistema.

Este estudo na interface entre física, biologia e geologia, revela uma lei de desenvolvimento transversal e propõe um novo quadro teórico de análise da morfogênese destas estruturas biológicas complexas.
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