🏆 Um computador quântico finalmente supera os computadores clássicos em um ponto crucial

Publicado por Adrien,
Fonte: arXiv
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Os computadores quânticos há muito prometem superar seus equivalentes clássicos, mas demonstrar concretamente essa vantagem continua sendo um grande desafio. Uma equipe de pesquisadores acaba de dar um passo significativo ao provar experimentalmente a superioridade quântica no uso da memória, abrindo novas perspectivas para essa tecnologia emergente.

Neste estudo publicado no servidor de pré-publicação arXiv, os cientistas projetaram uma experiência engenhosa envolvendo duas entidades virtuais chamadas Alice e Bob. Alice prepara um estado quântico particular que transmite a Bob, que deve então medi-lo e identificar sua natureza antes mesmo que Alice termine sua preparação. Este procedimento foi repetido mais de 10.000 vezes para garantir a confiabilidade dos resultados, demonstrando assim a capacidade dos processadores quânticos atuais de manipular estados quânticos sofisticados.


A análise aprofundada dos dados revelou diferenças espetaculares entre as abordagens quântica e clássica. Para realizar essa tarefa com a mesma taxa de sucesso, um computador tradicional precisaria de pelo menos 62 bits de memória convencional. Em contrapartida, o dispositivo quântico usou apenas 12 qubits, essas unidades fundamentais da informação quântica que podem existir em múltiplos estados simultaneamente graças ao princípio da superposição quântica.

Os pesquisadores destacam que essa demonstração constitui a prova mais direta até hoje de que os processadores quânticos existentes podem gerar e manipular estados emaranhados de complexidade suficiente para explorar a exponencialidade do espaço de Hilbert. Este espaço matemático abstrato representa o recurso de memória colossal dos computadores quânticos, onde a informação pode ser armazenada de maneira muito mais densa do que nos sistemas clássicos.

Este avanço abre perspectivas concretas para aplicações práticas em diversos domínios. Na criptografia, poderia permitir o desenvolvimento de sistemas de comunicação mais seguros, enquanto na modelagem aceleraria consideravelmente a descoberta de novos medicamentos e a concepção de materiais inovadores. Esta demonstração marca assim uma etapa importante rumo à exploração real do potencial quântico.

Os qubits e a superposição quântica


Os qubits diferem fundamentalmente dos bits clássicos por sua capacidade de existir em vários estados simultaneamente. Enquanto um bit tradicional só pode ser 0 ou 1, um qubit pode estar em uma superposição desses dois estados.

Esta propriedade única permite que os computadores quânticos processem quantidades exponenciais de informação em relação aos sistemas clássicos. Quando vários qubits são combinados, o número de estados possíveis aumenta de maneira exponencial, criando assim um poder de computação sem equivalente na informática convencional.

A manipulação dos qubits baseia-se em fenômenos quânticos sutis que exigem condições ambientais extremas, nomeadamente temperaturas próximas do zero absoluto. A manutenção da coerência quântica, ou seja, a preservação dos estados de superposição, representa um dos principais desafios técnicos no desenvolvimento de computadores quânticos industrializáveis.

As aplicações potenciais desta tecnologia estendem-se muito além do simples cálculo, tocando domínios como a simulação molecular, a otimização e a criptografia, onde as propriedades únicas dos qubits oferecem vantagens decisivas.
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