🏃 Existe um limite intransponível para a resistência humana, mesmo nos atletas

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Current Biology
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Um limite está se delineando para os atletas de resistência mais experientes. Além dos desempenhos aparentes e dos recordes, seu organismo parece obedecer a uma lei biológica fundamental que regula o gasto energético em longo prazo. Isto evidencia os processos fisiológicos fundamentais que governam o gerenciamento de energia no organismo humano.

O estudo publicado na Current Biology revela a existência de um teto metabólico que mesmo os esportistas mais treinados não conseguem superar de forma sustentável. Esta pesquisa realizada com especialistas em ultra-resistência demonstra que o corpo humano possui seus próprios limites, independentes da vontade ou do treinamento. Os pesquisadores empregaram métodos de medição particularmente precisos para chegar a essas conclusões.


Imagem ilustrativa Pixabay


Um método de medição inovador


O conceito de "taxa metabólica basal", que corresponde à energia mínima gasta pelo organismo em repouso completo, serviu como referência fundamental para este estudo. Os pesquisadores buscaram determinar até que ponto atletas de elite poderiam superar de forma sustentável, e em quanto, este nível basal. Seu protocolo experimental mobilizou 14 atletas de alto nível especializados em disciplinas extremas, acompanhados por quase um ano.

A metodologia empregada baseou-se no uso de água duplamente marcada, uma técnica de medição metabólica considerada a mais confiável. Os participantes consumiram uma água enriquecida com isótopos estáveis de deutério e oxigênio 18. A análise regular de suas urinas permitiu rastrear o destino desses marcadores e calcular com precisão sua produção de dióxido de carbono e seu gasto calórico total.

Os resultados mostraram que durante as competições mais intensas, alguns esportistas atingiam níveis de consumo energético equivalentes a 6 ou 7 vezes seu metabolismo basal. No entanto, quando essas medições foram estendidas por 30 a 52 semanas, o gasto energético médio caía sistematicamente para cerca de 2,4 vezes a taxa basal. Esta observação confirma a existência de um teto metabólico intransponível ao longo do tempo.

Os mecanismos de adaptação do organismo


O organismo desenvolve estratégias para manter seu equilíbrio energético em longo prazo. A pesquisa evidenciou como o corpo compensa os períodos de superconsumo calórico reduzindo discretamente outras atividades metabólicas. O cérebro teria um papel central nesta regulação, modulando os gastos inconscientes.

Os cientistas observaram que os atletas diminuíam espontaneamente seus movimentos secundários e aumentavam seu tempo de descanso fora dos treinos. Esses ajustes comportamentais, muitas vezes imperceptíveis, participam ativamente na preservação do equilíbrio energético global. O organismo otimiza assim seus recursos de acordo com suas disponibilidades.

Este gerenciamento inteligente da energia explicaria por que a perda de peso frequentemente atinge um limite apesar do aumento da atividade física. O corpo sempre encontraria uma maneira de reduzir certos gastos para compensar os esforços adicionais. Esta descoberta poderia ter implicações importantes na compreensão das dietas alimentares e dos programas de treinamento.

A perspectiva evolutiva traz um esclarecimento adicional a essas observações. O teto metabólico poderia representar uma adaptação biológica visando preservar funções vitais como a imunidade ou a reprodução. Em situação de estresse metabólico prolongado, o organismo priorizaria a sobrevivência imediata em detrimento de outras funções menos urgentes.

Para ir mais longe: O que é o metabolismo basal?


O metabolismo basal representa a energia mínima que o organismo consome em repouso completo para garantir suas funções vitais. Ele inclui a respiração, a circulação sanguínea e a regulação térmica. Este gasto energético basal varia de acordo com a idade, o sexo e a composição corporal.

Em um adulto médio, o metabolismo basal representa cerca de 60 a 70% do gasto energético total. Ele é geralmente mais elevado nos homens do que nas mulheres, e diminui progressivamente com a idade. A massa muscular influencia significativamente este metabolismo basal.

A medição precisa do metabolismo basal requer condições rigorosas: repouso físico e mental, temperatura ambiente neutra e jejum de várias horas. Para essas avaliações, os cientistas recorrem principalmente a dois métodos: a medição em laboratório em salas especialmente projetadas, ou a análise por água duplamente marcada que permite um acompanhamento em condições reais.
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