Graças ao Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, uma equipa internacional conseguiu captar a explosão de uma estrela no preciso momento em que esta rompia a sua superfÃcie. Esta observação, realizada apenas 26 horas após a deteção inicial da supernova, representa uma primeira vez na história da astronomia. A rapidez de intervenção foi determinante, pois esta fase transitória dura apenas algumas horas antes de se tornar indetetável. A estrela em questão, situada a cerca de 22 milhões de anos-luz na galáxia NGC 3621, oferecia uma oportunidade excecional para estudar os primeiros instantes de uma explosão estelar.
A descoberta desta supernova desencadeou uma corrida contra o tempo para os astrónomos. Yi Yang, professor na Universidade Tsinghua, submeteu uma proposta de observação menos de doze horas após ter sido informado do evento. A aprovação rápida do ESO permitiu apontar o telescópio para a supernova nascente, capturando assim dados valiosos sobre a sua geometria inicial. Esta reatividade excecional foi tornada possÃvel pela colaboração internacional.
Esta descoberta permite aos astrónomos aperfeiçoar os seus modelos teóricos sobre o fim de vida das estrelas massivas. A estrela na origem da SN 2024ggi era uma supergigante vermelha, cerca de doze a quinze vezes mais massiva que o nosso Sol e quinhentas vezes maior. A compreensão destas explosões ajuda a apreender melhor o ciclo de vida estelar e a maneira como os elementos pesados se dispersam no espaço para formar novas gerações de estrelas e planetas.
As estrelas massivas, aquelas que possuem pelo menos oito vezes a massa do nosso Sol, conhecem uma existência breve mas espetacular. A sua grande massa gera uma pressão e uma temperatura tão elevadas no seu núcleo que queimam o seu combustÃvel nuclear a um ritmo acelerado. Enquanto o nosso Sol viverá cerca de dez mil milhões de anos, uma estrela de vinte massas solares pode esgotar as suas reservas em apenas alguns milhões de anos, levando a um fim violento.