🌕 Corrida à Lua: a China avança, os Estados Unidos patinam

Publicado por Adrien,

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Enquanto a China acelera seus preparativos para pousar na Lua, os Estados Unidos enfrentam obstáculos imprevistos com seu programa Artemis. Por que essa corrida espacial está tomando um rumo tão incerto?

O ex-administrador da NASA, Michael Griffin, expressou críticas severas durante uma audiência no Congresso. Ele considera que a arquitetura atual das missões lunares está fadada ao fracasso e apresenta riscos inaceitáveis para os astronautas. Segundo ele, o plano seguido há anos carece de coerência e poderia atrasar o retorno americano à Lua.


Um raio atinge um para-raios em torno do lançador Artemis I da NASA.
Imagem Wikimedia

O sucesso da Artemis 3, previsto para 2027, depende de um sistema de reabastecimento em órbita não testado (veja a explicação no final do artigo). Ele exigiria até doze lançamentos do foguete Starship da SpaceX, com riscos de evaporação do combustível durante a espera. Griffin afirma que essa abordagem é tecnicamente inviável com os meios atuais e deveria ser abandonada para recomeçar com novas bases.

Ao contrário dessa situação, o programa Apollo dos anos 1960 realizava missões a cada poucos meses. A China, por sua vez, segue uma estratégia estável a longo prazo, o que lhe permite avançar regularmente. Documentos internos da SpaceX, revelados pela Politico, indicam que o primeiro pouso lunar tripulado pode não ocorrer antes de 2028.

A NASA atravessa um período de turbulências, com cortes orçamentários e perda de pessoal. O administrador interino, Sean Duffy, criticou a SpaceX por seus atrasos e considera abrir o contrato do módulo lunar para outras empresas, como a Blue Origin. Essa instabilidade programática contrasta com a constância chinesa, observada por especialistas durante a audiência.

Se a China alcançar a Lua primeiro, ela poderá estabelecer as normas de uso dos recursos lunares, uma vantagem estratégica considerável. Griffin indica que a verdadeira questão é se envolver de forma duradoura na exploração, caso contrário os Estados Unidos correm o risco de ceder o terreno espacial a outras potências.


Imagem Wikimedia

As decisões tomadas hoje moldarão o futuro da exploração espacial. A corrida à Lua vai além da simples competição tecnológica para tocar em questões de liderança global e acesso a recursos extraterrestres.

O reabastecimento em órbita


O reabastecimento em órbita é uma técnica que consiste em transferir combustível entre naves espaciais após o lançamento. Isso permite reduzir a massa na decolagem e alcançar destinos distantes como a Lua ou Marte. No entanto, esse método é árduo e requer encontros precisos em microgravidade, com riscos de vazamentos ou evaporação do propelente.

Para a Artemis, a SpaceX propõe usar seu foguete Starship para reabastecer um módulo lunar em órbita terrestre. Isso exige vários lançamentos sucessivos, aumentando a probabilidade de incidentes. Além disso, as temperaturas extremas no espaço podem ferver o combustível, tornando-o inutilizável antes mesmo da partida para a Lua.

Alternativas existem, como o desenvolvimento de propulsores mais estáveis ou sistemas de armazenamento melhorados. Outras agências espaciais exploram abordagens diferentes, mas nenhuma demonstrou ainda uma solução comprovada em grande escala.

Sem avanços significativos, os projetos lunares podem ser atrasados ou exigir arquiteturas mais simples e menos ambiciosas. A inovação nessa área permanece um obstáculo maior para a indústria espacial global.

A geopolítica do espaço


A conquista do espaço tornou-se um fator geopolítico importante, onde as nações buscam afirmar sua influência. Alcançar a Lua primeiro no século 21 permite definir normas internacionais para a exploração de recursos, como água ou minerais. Isso pode conferir uma vantagem econômica e estratégica duradoura.

Historicamente, a corrida à Lua era motivada pela rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética. Hoje, a China emerge como um competidor sério, com uma abordagem planejada a longo prazo. Os acordos internacionais, como os tratados do espaço, tentam regular essas atividades, mas frequentemente permanecem imprecisos.

Se uma nação estabelecer uma presença permanente na Lua, ela poderia controlar o acesso a certas áreas, influenciando futuros projetos científicos e comerciais. Isso levanta questionamentos sobre a equidade e a cooperação no espaço, com implicações para a paz e a segurança globais.

As escolhas feitas agora moldarão as relações internacionais nas próximas décadas. Uma colaboração maior poderia evitar conflitos, mas a competição atual mostra que os interesses nacionais frequentemente prevalecem.
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