A fronteira entre o tecido vivo e a máquina está a esbater-se nos laboratórios do MIT. Engenheiros desenvolveram lá uma interface inspirada na biologia que permite que músculos cultivados em laboratório atuem sobre estruturas robóticas. Esta abordagem supera uma dificuldade significativa dos robôs biohÃbridos ao basear-se num princÃpio fundamental da anatomia animal.
O princÃpio biomecânico: uma junção inteligente
A principal dificuldade dos robôs biohÃbridos provinha da incompatibilidade mecânica entre a grande flexibilidade do tecido muscular e a rigidez dos esqueletos artificiais. Uma fixação direta conduzia frequentemente à danificação do músculo ou a uma perda de energia. A equipa do MIT resolveu este problema inspirando-se na natureza, onde os tendões servem precisamente como elementos de transição.
Os investigadores modelaram o sistema como um conjunto de três elementos com propriedades distintas, representando o músculo, os tendões e o esqueleto robótico. Esta modelação permitiu calcular a rigidez ideal dos tendões artificiais para transmitir o máximo de força sem lesar o músculo. O material escolhido, um hidrogel, foi concebido para possuir exatamente essa propriedade.
Uma vez fabricados, estes cabos de hidrogel foram fixados à s extremidades de uma faixa de músculo. O conjunto foi depois ligado aos dedos de uma pinça robótica. Esta configuração permite concentrar a força de contração no movimento desejado, evitando assim o desperdÃcio de energia das conceções anteriores.
Desempenho aumentado e uma nova modularidade
Os resultados, publicados na revista Advanced Science, são claros. Comparado com um sistema onde o músculo está ligado diretamente ao esqueleto, o dispositivo com tendões artificiais permitiu que a pinça fechasse três vezes mais rápido. Ainda mais notável, a força exercida foi aumentada por um fator de 30. Este aumento mostra a melhoria da transferência mecânica.