Sabia que você pode determinar a temperatura da água apenas com... sua audição ?

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Frontiers in Psychology
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Os humanos conseguem perceber a temperatura através do som? Um estudo recente mostra que é possível.

Pesquisadores do Instituto Ivcher para o Cérebro, Cognição e Tecnologia, pertencente à Universidade Reichman (IDC Herzliya), demonstraram que os humanos possuem uma capacidade pouco conhecida: eles conseguem detectar a temperatura da água apenas ouvindo o som que ela faz quando é despejada. Esta descoberta, proveniente de trabalhos sobre percepção multissensorial, revela um potencial inesperado para melhor compreender as interações entre nossos sentidos.


Imagem de ilustração Pixabay

Os pesquisadores investigaram se essa percepção ocorria de forma consciente. Para isso, utilizaram princípios da integração multissensorial, isto é, a maneira como o cérebro combina informações de diferentes sentidos para criar uma percepção coerente do ambiente. Para verificar essa hipótese, empregaram uma rede neural profunda (DNN) previamente treinada e um algoritmo de classificação, a máquina de vetores de suporte, para analisar gravações sonoras de água em diferentes temperaturas.

Os resultados são surpreendentes. Os participantes, sem plena consciência disso, conseguiram diferenciar a temperatura da água apenas pelo som que ela produzia. O Doutor Adi Snir, pesquisador de pós-doutorado e coautor do estudo, explica que essa capacidade é provavelmente adquirida ao longo do tempo através da exposição repetida a pistas auditivas. O estudo também mostrou que o modelo de aprendizado de máquina utilizado pelos pesquisadores conseguiu classificar com precisão os sons gravados, o que corrobora essa capacidade perceptiva implícita.

Esta pesquisa destaca a capacidade dos humanos de aprender correspondências sensoriais complexas a partir de suas experiências cotidianas. O Professor Amir Amedi, diretor fundador do Instituto BCT, destaca a importância dessas descobertas. Ele se pergunta se esse tipo de aprendizado poderia levar à formação de novas cartas sensoriais no cérebro, comparáveis àquelas que utilizamos para visão, tato e audição.

Este estudo também abre perspectivas para o desenvolvimento de novas tecnologias sensoriais. Por exemplo, ao combinar esses métodos com tecnologias de estimulação cerebral, poderia-se, eventualmente, criar capacidades humanas aumentadas, como aquelas propostas por Elon Musk com a Neuralink.
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