No final, a proposta de marcar a era da humanidade como uma nova época geológica na linha do tempo da Terra foi rejeitada.
Esta decisão, tomada apesar das evidências tangíveis do impacto profundo da humanidade no planeta, destaca a complexidade de marcar historicamente a influência da nossa espécie.
Ivy Mike, a primeira bomba H
Os cientistas sustentavam que, desde meados do século 20, a atividade humana levou a modificações tão significativas na Terra que uma nova época geológica havia começado. Entre os indicativos mencionados estão o aumento drástico dos gases de efeito estufa, a proliferação de microplásticos, o desaparecimento de muitas espécies e as consequências dos testes nucleares. Essas transformações sugerem uma transição para o Antropoceno, sucedendo o Holoceno, que começou há 11.700 anos com o fim da última era glacial.
Entretanto, essa proposta encontrou a oposição de alguns especialistas, que argumentavam que o impacto da humanidade no planeta havia começado bem antes dos anos 1950, desde o surgimento da agricultura e a era industrial. Consequentemente, a União Internacional das Ciências Geológicas rejeitou a proposta através de uma votação, com um resultado de quatro votos a favor, doze contra e três abstenções.
Esta recusa é percebida por alguns como uma oportunidade perdida de reconhecer oficialmente que nosso planeta deixou seu estado de funcionamento natural no meio do século 20. Apesar da rejeição do Antropoceno como uma época formal, o termo permanece uma descrição valiosa do impacto humano no sistema terrestre.
A investigação iniciada em 2009, no entanto, reuniu abundante evidência, incluindo vestígios de materiais radioativos em sedimentos de lagos, a transformação global da flora e fauna, bem como a omnipresença de "químicos eternos".
Este episódio lança luz sobre os desafios inerentes à definição de épocas geológicas, especialmente quando o impacto humano está envolvido. Também sublinha a necessidade de continuar estudando e compreendendo as consequências profundas de nossas ações no planeta.