Um intrigante sinal de rádio no coração de um aglomerado de estrelas próximo

Publicado por Adrien,
Fonte: The Astrophysical Journal
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Astrônomos fizeram uma descoberta intrigante: um sinal de rádio que emana do coração de 47 Tucanae, um aglomerado globular situado a cerca de 13.000 anos-luz da Terra. Esta descoberta poderia potencialmente indicar a presença de um buraco negro de massa intermediária, uma categoria ainda misteriosa no Universo.


Observação de rádio do aglomerado de estrelas 47 Tucanae.
No topo, o centro do aglomerado, marcado por um círculo vermelho pontilhado, e uma zona específica indicada por um quadrado branco pontilhado.
Abaixo, a posição de uma fonte de rádio identificada (em ciano) com a de uma fonte de raios X conhecida (em verde) e o centro estimado do aglomerado, considerando o movimento aleatório dos objetos, ilustrado por círculos azuis.
Crédito: Paduano et al.

47 Tucanae, identificado pela primeira vez pelo astrônomo francês Nicolas-Louis de Lacaille no século XVIII, é um aglomerado de estrelas extremamente denso e antigo. Os astrônomos utilizaram o radiotelescópio Australia Telescope Compact Array (ATCA) para criar a imagem mais sensível já obtida de um aglomerado desse tipo. O sinal de rádio, muito fraco, foi detectado após 450 horas de observação.

A descoberta, publicada em 16 de janeiro no The Astrophysical Journal, levanta duas hipóteses principais. A primeira é que poderia tratar-se de um buraco negro de massa intermediária, um tipo de buraco negro menos massivo que os supermassivos, mas mais pesado que os de massa estelar. Embora teorizados, tais buracos negros ainda não foram claramente identificados.

A segunda possibilidade é que se trate de um pulsar, uma estrela de nêutrons que gira rapidamente e emite feixes de radiação pelo espaço. Um pulsar localizado tão perto do centro de um aglomerado também seria uma descoberta cientificamente significativa, pois poderia ajudar na busca por um buraco negro central ainda não detectado.

Esta descoberta oferece um vislumbre das possibilidades científicas oferecidas pelos futuros radiotelescópios SKA, atualmente em construção na Austrália e na África do Sul, cuja entrada em operação está prevista para 2027. Alessandro Paduano, líder da equipe de pesquisa e cientista no ICRAR, bem como seu colega Tim Galvin, enfatizaram a importância desta descoberta feita com as tecnologias atuais, antecipando os avanços futuros.

Esta descoberta em 47 Tucanae não só amplia nossa compreensão dos aglomerados globulares, mas também levanta questões emocionantes sobre a natureza e a presença de buracos negros de massa intermediária, assim como sobre o papel dos pulsares nesses ambientes densamente estrelados.
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