🔭 Um planeta tão grande orbita uma estrela tão pequena, como isso é possível?

Publicado por Adrien,
Fonte: Nature Astronomy
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Uma estrela anã vermelha está revolucionando os modelos atuais de formação planetária ao abrigar um gigante gasoso. Essa descoberta desafia nosso conhecimento sobre o nascimento de planetas ao redor das menores estrelas.

Gigantes gasosos como Júpiter são comuns ao redor de estrelas similares ao Sol, mas extremamente raros em torno de anãs vermelhas. Essas estrelas, menos massivas, possuem menos matéria em seu disco protoplanetário, limitando teoricamente a formação de planetas grandes. No entanto, TOI-6894b, um planeta maior que Saturno, orbita uma anã vermelha vinte vezes menos massiva que o Sol.


Representação artística da anã vermelha TOI-6894 e seu planeta gigante em órbita.
Crédito: University of Warwick/Mark Garlick

A equipe de Edward Bryant da Universidade de Warwick identificou TOI-6894b graças ao satélite TESS da NASA. Observações complementares com os espectrógrafos ESPRESSO e SPIRou confirmaram sua massa e tamanho. Essa descoberta, publicada na Nature Astronomy, levanta questões sobre os mecanismos de formação planetária.

Duas teorias principais tentam explicar a formação de gigantes gasosos: acreção do núcleo e instabilidade do disco. A primeira supõe a formação de um núcleo sólido que depois atrai gás, enquanto a segunda envolve um colapso direto do disco protoplanetário. Nenhuma parece explicar completamente a presença de TOI-6894b ao redor de uma estrela tão pouco massiva.

TOI-6894b orbita muito perto de sua estrela, completando uma revolução em 3,37 dias. Apesar dessa proximidade, sua temperatura atmosférica permanece moderada, em torno de 147°C, devido ao baixo calor emitido pela anã vermelha. Essa particularidade a torna um alvo ideal para estudar a química das atmosferas exoplanetárias.

O telescópio espacial James Webb poderá em breve desvendar o mistério de TOI-6894b. Uma proposta de observação de sua atmosfera foi aceita, com o objetivo de detectar moléculas como metano ou amônia. Esses dados poderiam indicar se o planeta se formou por acreção do núcleo ou por instabilidade do disco.

As anãs vermelhas representam 75% das estrelas da Via Láctea. Mesmo que apenas 1,5% delas abriguem gigantes gasosos, uma estimativa dos cientistas, isso representa potencialmente milhões de planetas similares a TOI-6894b. Essa descoberta abre novas perspectivas na busca de mundos extrasolares.

Por que as anãs vermelhas são tão interessantes para a busca de exoplanetas?


As anãs vermelhas são as estrelas mais numerosas da galáxia, oferecendo um vasto campo de estudo para exoplanetas. Sua baixa luminosidade facilita a detecção de planetas em trânsito, como TOI-6894b.

Essas estrelas têm uma longa duração de vida, permitindo que a vida se desenvolva em escalas de tempo incomensuráveis. É simples, estima-se que nenhuma anã vermelha tenha chegado ao fim de sua vida desde o Big Bang. No entanto, sua intensa atividade magnética pode tornar os planetas ao seu redor menos habitáveis.

A descoberta de gigantes gasosos ao redor de anãs vermelhas amplia nossa compreensão da diversidade planetária. Mostra que planetas massivos podem se formar em ambientes antes considerados desfavoráveis.

As anãs vermelhas continuarão sendo um alvo privilegiado para telescópios como o James Webb, que poderá estudar em detalhes seus planetas e atmosferas.
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