Um adolescente americano desenvolveu uma doença pulmonar grave após usar cigarros eletrônicos secretamente por três anos. Este caso destaca os riscos pouco conhecidos dos e-líquidos aromatizados.
A doença, conhecida como "pulmão de pipoca", está ligada à inalação de diacetil, um aromatizante com sabor de manteiga. Este composto, inofensivo quando ingerido, torna-se tóxico quando inalado, causando danos pulmonares irreversíveis.
Imagem ilustrativa Pixabay
O diacetil foi identificado como responsável por problemas pulmonares em trabalhadores de fábricas de pipoca nos anos 2000, daí o nome da doença. Hoje, ele reaparece com o vaping, especialmente entre jovens atraídos por sabores doces.
As regulamentações variam muito entre países. Enquanto a UE e o Reino Unido proíbem o diacetil em cigarros eletrônicos, os EUA não adotaram medidas semelhantes, deixando os consumidores expostos a produtos potencialmente perigosos.
Alternativas ao diacetil, como acetona e 2,3-pentanodiona, não são necessariamente mais seguras. Esses substitutos, também usados em e-líquidos, podem apresentar riscos similares à saúde pulmonar.
Os adolescentes são especialmente vulneráveis aos efeitos do vaping. A variedade de sabores disponíveis, desde chiclete até manga gelada, mascara a presença de substâncias químicas potencialmente nocivas quando inaladas.
Pesquisas recentes destacam a urgência de regulamentar melhor a indústria do vaping. Melhor informação sobre os riscos e controle rigoroso dos ingredientes poderiam prevenir novos casos de doenças pulmonares relacionadas ao vaping.
O que é diacetil e por que é perigoso?
O diacetil é um composto orgânico usado como aromatizante artificial em alimentos para dar sabor de manteiga. É comum em pipocas de micro-ondas, laticínios e alguns doces.
Quando inalado, o diacetil pode causar bronquiolite obliterante, uma doença grave que danifica as pequenas vias aéreas dos pulmões. Essa condição é frequentemente irreversível e pode exigir transplante pulmonar nos casos mais graves.
Trabalhadores de fábricas de pipoca foram os primeiros a sofrer dessa doença, daí o nome "pulmão de pipoca". Hoje, usuários de cigarros eletrônicos aromatizados também estão em risco, especialmente os que usam frequentemente.
Apesar de sua proibição em cigarros eletrônicos na Europa, o diacetil e seus substitutos continuam sendo usados em outras regiões, expondo consumidores a riscos significativos.
Como o vaping afeta a saúde pulmonar dos adolescentes?
O vaping tornou-se popular entre adolescentes, atraídos pela variedade de sabores e pela percepção de menor risco em comparação ao tabaco. Porém, essa prática não é inofensiva para seus pulmões.
E-líquidos frequentemente contêm substâncias químicas que, quando aquecidas e inaladas, podem danificar os pulmões. Esses danos podem causar tosse, falta de ar e fadiga persistente.
Estudos recentes ligam o vaping ao aumento de sintomas respiratórios em jovens. Alguns sabores, como frutas ou doces, parecem especialmente associados a esses problemas.
Prevenção e educação são essenciais para proteger adolescentes dos riscos do vaping. Campanhas informativas e regulamentações mais rígidas poderiam reduzir a incidência de doenças pulmonares relacionadas.