Os investigadores desenvolveram uma ferramenta capaz de avaliar o envelhecimento biológico a partir de ressonâncias magnéticas cerebrais. Publicado na
Nature Aging, o seu estudo mostra como este instrumento prevê os riscos de doenças crónicas e declínio cognitivo. A abordagem combina dados sobre a estrutura do cérebro com indicadores de saúde física e mental.
A equipa baseou-se nos dados do estudo de Dunedin, acompanhado desde o nascimento até à meia-idade. Os participantes realizaram avaliações regulares das suas funções cardíacas, cerebrais e renais. A análise das ressonâncias magnéticas aos 45 anos permitiu correlacionar as características cerebrais com o ritmo de envelhecimento.
O modelo, denominado DunedinPACNI, compara os dados cerebrais com outros marcadores de saúde. Foi testado com sucesso em coortes internacionais, confirmando a sua relevância. Os investigadores conseguiram assim associar um envelhecimento acelerado a um risco aumentado de doenças cardiovasculares e morte.
Este método poderia ser integrado em exames de rotina, oferecendo uma visão valiosa sobre a saúde futura. Representa um passo em direção a uma medicina mais personalizada, onde as intervenções poderiam ser ajustadas de acordo com o envelhecimento individual. As implicações para a prevenção de doenças relacionadas com a idade são consideráveis.
Os cientistas planeiam agora estender a utilização do DunedinPACNI a outras populações. O objetivo é compreender melhor como diversos fatores influenciam o envelhecimento cerebral. Este avanço poderia transformar a nossa abordagem à saúde e bem-estar a longo prazo.
Como é que a ressonância magnética pode revelar o envelhecimento?
A ressonância magnética captura imagens detalhadas do cérebro, permitindo analisar a sua estrutura e volume. As alterações nestes parâmetros são indicadores-chave do envelhecimento.
A matéria cinzenta, responsável pelo processamento de informação, diminui com a idade. A matéria branca, que conecta as diferentes partes do cérebro, também sofre alterações. Estas transformações podem ser quantificadas para estimar o ritmo de envelhecimento.
A utilização de aprendizagem automática permite processar estes dados. Os algoritmos identificam padrões invisíveis a olho nu, relacionando as alterações cerebrais com marcadores de saúde.
Este método oferece uma janela única sobre o envelhecimento biológico, muito antes do aparecimento de sintomas. Abre caminho a intervenções precoces para retardar o processo.
O que é a epigenética e como influencia o envelhecimento?
A epigenética estuda as modificações na expressão dos genes sem alterar o ADN. Estas mudanças podem ser influenciadas pelo ambiente, estilo de vida ou envelhecimento.
A metilação do ADN, uma modificação epigenética, desempenha um papel no envelhecimento. Pode ativar ou desativar genes, afetando assim a saúde e longevidade.
Ferramentas como o DunedinPACE utilizam estes marcadores para estimar o ritmo de envelhecimento. Complementam as abordagens baseadas em imagiologia cerebral, oferecendo uma visão mais completa.