Apendicite: cirurgia ou antibióticos? ⚕️

Publicado por Redbran,
Fonte: Universidade de Montreal
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Qual é a eficácia dos antibióticos no tratamento da apendicite aguda em comparação com a cirurgia? Os resultados do primeiro estudo internacional sobre o assunto acabam de ser publicados na revista científica The Lancet.


Imagem Wikimedia

Liderado pelo Dr Shawn St. Peter, do hospital Children's Mercy em Kansas City, nos Estados Unidos, o ensaio clínico APPY contou com a participação de clínicos-pesquisadores de 11 hospitais pediátricos ao redor do mundo, incluindo a Dra Marianne Beaudin e o Dr Nelson Piché, do CHU Sainte-Justine e do Departamento de Cirurgia da Universidade de Montreal. Os resultados ajudarão a orientar a escolha do tratamento para essa emergência cirúrgica que afeta um grande número de crianças e adolescentes.

Realizado entre janeiro de 2016 e dezembro de 2021, o ensaio APPY foi conduzido com 936 pacientes de 5 a 16 anos atendidos em um dos hospitais pediátricos participantes, incluindo 96 no CHU Sainte-Justine, em quem se suspeitava de apendicite não perfurada.

Os jovens foram aleatoriamente designados para um tratamento: antibióticos intravenosos ou remoção do apêndice. O estudo comparou as taxas de falha dessas duas opções terapêuticas.

Para a apendicectomia, considerou-se falha quando se constatou durante a cirurgia que o apêndice estava normal (7% dos casos). Já no tratamento com antibióticos, a falha foi considerada quando uma apendicectomia foi necessária no ano seguinte (34%).

Conclusão: os antibióticos permitem que os jovens se recuperem mais rapidamente, mas apresentam uma taxa de falha mais de 20% superior à da cirurgia, além de resultar em uma hospitalização mais longa.

Um estudo que coloca os pingos nos is


"Nossos resultados mostram que cerca de um terço dos pacientes tratados com antibióticos ainda precisam passar por uma apendicectomia no ano seguinte ao tratamento, na maioria dos casos nos primeiros 100 dias", explica a Dra Beaudin, cirurgiã pediátrica do CHU Sainte-Justine e professora da UdeM. "É importante saber disso, já que alguns estudos menores sugerem que os antibióticos teriam eficácia equivalente à cirurgia. Esse não é o caso."

Esses resultados são importantes para apoiar a tomada de decisão dos clínicos, mas também para orientar as discussões entre a criança, os pais e a equipe médica: "Conhecer as taxas de falha de cada opção permitirá que os médicos discutam a escolha do tratamento com base em evidências e que as famílias tomem decisões informadas", destaca o Dr Piché, também cirurgião pediátrico no CHU Sainte-Justine e professor da Universidade de Montreal.
Página gerada em 0.120 segundo(s) - hospedado por Contabo
Sobre - Aviso Legal - Contato
Versão francesa | Versão inglesa | Versão alemã | Versão espanhola