🌳 As árvores da Amazônia estão crescendo a olhos vistos devido ao CO2

Publicado por Adrien,
Fonte: Nature Plants
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Na vasta extensão da floresta amazônica, um fenômeno inesperado está ocorrendo diante de nossos olhos: as árvores, sejam jovens ou antigas, estão vendo sua circunferência aumentar significativamente. Esta transformação silenciosa, observada há várias décadas, revela uma adaptação surpreendente dos ecossistemas florestais às mudanças ambientais globais.

Os pesquisadores constataram que desde a década de 1970, a circunferência média das árvores na sua base aumenta 3,3% por década. Este crescimento generalizado afeta todas as dimensões de árvores, desde as mudas jovens até os gigantes centenários. O estudo, conduzido por cerca de cem cientistas especializados em ecologia tropical, baseou-se em dados coletados em 188 parcelas distribuídas pela Amazônia. As medições focaram no que se chama de área basal, ou seja, o espaço ocupado pelos troncos ao nível do solo florestal.


Imagem Wikimedia

Tim Baker, professor de ecologia tropical na Universidade de Leeds, ressalta que este estudo demonstra que toda a floresta mudou, não apenas certas categorias de árvores. Os cientistas haviam considerado vários cenários possíveis: ou apenas as grandes árvores se beneficiariam do aumento do CO2, ou, ao contrário, as árvores pequenas tirariam uma vantagem desproporcional. Finalmente, os resultados publicados na Nature Plants mostram que todas as árvores se beneficiam destas condições modificadas.

Este crescimento generalizado representa uma boa notícia porque indica que as florestas amazônicas possuem uma resiliência maior do que o esperado face ao aquecimento global. Beatriz Marimon, ecologista vegetal na Universidade Estadual do Mato Grosso, explica que mesmo as maiores árvores, embora mais vulneráveis a eventos climáticos extremos, prosperam nas áreas poupadas pelo desmatamento. As árvores absorvem e armazenam quantidades massivas de carbono enquanto aumentam de volume.

Adriane Esquivel Muelbert, professora associada em ecologia vegetal tropical na Universidade de Cambridge, especifica que as grandes árvores são particularmente eficazes para capturar o CO2 atmosférico. Nenhuma das parcelas estudadas mostrou diminuição da área basal, o que sugere que os efeitos positivos do CO2 ainda superam os impactos negativos das mudanças climáticas. No entanto, esta situação favorável pode evoluir nas próximas décadas.

Os pesquisadores alertam para uma possível desaceleração do crescimento e um aumento da mortalidade das árvores devido ao estresse térmico, à falta de água, aos incêndios e às tempestades. A preservação da integridade da floresta amazônica aparece como a melhor proteção contra estas ameaças crescentes. Estes resultados destacam a importância crucial das florestas tropicais na regulação do clima global e a necessidade de protegê-las ativamente.

A fotossíntese e o efeito fertilizante do CO2


A fotossíntese é o processo pelo qual as plantas usam a energia solar para transformar o dióxido de carbono e a água em açúcares, sua fonte de energia. Quando a concentração de CO2 na atmosfera aumenta, as plantas podem realizar esta transformação mais eficientemente, o que estimula seu crescimento.

Este efeito fertilizante funciona como um suplemento nutricional para os vegetais. As árvores dispõem de mais 'materiais de construção' para desenvolver seus tecidos, o que se traduz em um espessamento dos troncos e um aumento da biomassa. Este fenômeno é particularmente visível nas florestas tropicais onde as condições de crescimento são ótimas.

No entanto, esta vantagem tem seus limites. Além de um certo limiar, o excesso de CO2 não produz mais efeito benéfico adicional. Além disso, outros fatores como a disponibilidade de nutrientes no solo ou de água podem limitar este crescimento acelerado.

A compreensão destes mecanismos ajuda a prever como os ecossistemas florestais poderão continuar a absorver o carbono atmosférico em um clima em evolução.
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