Culturas alimentares capazes de se desenvolver melhor graças a uma simples modificação do seu DNA.
É precisamente isso que uma equipe de pesquisadores do Instituto de Genômica Inovadora da Universidade da Califórnia em Berkeley (UCB) conseguiu realizar, ao aumentar a expressão gênica de uma planta modificando seu DNA regulador a montante. Esse avanço, publicado na
Science Advances, abre novas perspectivas para a melhoria da eficiência fotossintética das plantas.
Ao contrário das pesquisas anteriores que utilizavam CRISPR/Cas9 para desativar genes, a equipe liderada por Dhruv Patel-Tupper buscou aumentar a expressão gênica sem adicionar DNA estrangeiro. O objetivo era descobrir se essa técnica poderia melhorar a atividade fotossintética utilizando os genes nativos das plantas.
O arroz, que fornece 20% das calorias mundiais, foi escolhido para este estudo devido aos seus genes de fotoproteção simples e bem identificados. O projeto RIPE, apoiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, visa aumentar a produção de alimentos melhorando a eficiência da conversão da energia solar em alimentos.
Os pesquisadores usaram CRISPR/Cas9 para modificar o DNA regulador do gene alvo, observando aumentos de expressão muito maiores que o esperado. Essas modificações não comprometeram os outros processos essenciais, o que sugere uma abordagem promissora para a edição genética na agricultura.
Patel-Tupper destaca que, embora esse método seja complexo e relativamente raro, ele oferece uma alternativa valiosa à transgênese. Ao modificar elementos já presentes nas plantas, essa técnica pode superar alguns obstáculos regulatórios e acelerar a adoção dessas inovações pelos agricultores.