Descoberta: após uma dieta, seu corpo está programado para se tornar obeso 🥦

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Após uma perda de peso bem-sucedida, o risco de recuperar os quilos perdidos é elevado. Mas por quê?

Um estudo recente realizado pelo ETH Zurich permitiu desvendar parte do mistério. Os pesquisadores descobriram que a obesidade modifica de forma duradoura o epigenoma das células adiposas. Diferentemente do DNA, que permanece inalterado, o epigenoma registra alterações químicas influenciadas pelo nosso estilo de vida e hábitos alimentares.


Essas marcas epigenéticas funcionam como uma memória biológica. Quando uma célula adiposa experimenta o estado de obesidade, ela mantém essa impressão mesmo após a perda de peso. Essa memória, então, torna mais provável uma rápida recuperação do peso após uma dieta.

Nos ratos, os pesquisadores identificaram essas marcas nos adipócitos após uma dieta. Observaram que os espécimes que perderam peso recuperaram gordura muito mais rapidamente que aqueles que nunca foram obesos. Essa experiência sugere que essas células permanecem programadas para armazenar gordura de forma excessiva.

Análises realizadas em amostras humanas confirmam esses resultados. Em colaboração com o Instituto Karolinska e vários hospitais europeus, os pesquisadores analisaram tecidos de pacientes que passaram por uma redução do estômago. As assinaturas epigenéticas encontradas sustentam a ideia de uma memória duradoura da obesidade em nossas células.

Essa descoberta revoluciona nossa compreensão dos mecanismos de ganho de peso. Os pesquisadores enfatizam que as células adiposas provavelmente não são as únicas a guardar essa memória molecular. Outros tipos de células, especialmente no cérebro ou nos vasos sanguíneos, também podem desempenhar um papel-chave no efeito sanfona.

Por enquanto, não existe nenhum método que apague essa memória epigenética. As células adiposas, com sua longevidade de quase dez anos, representam um desafio significativo para os cientistas. No entanto, esses estudos podem abrir caminho para tratamentos que visem essas marcas moleculares no futuro.

Enquanto isso, prevenir a obesidade desde a infância continua sendo a melhor estratégia. Compreender que esse fenômeno está arraigado em nossa biologia também permite reduzir a culpabilização frequentemente associada ao efeito sanfona. Os pesquisadores esperam promover uma abordagem mais compassiva em relação a esse problema.

O que é a memória epigenética das células adiposas?


A memória epigenética refere-se à capacidade das células adiposas de manter alterações químicas em seu DNA, sem mudar a própria sequência genética. Essas marcas influenciam a expressão dos genes, determinando sua ativação ou inibição.

Nos indivíduos que já foram obesos, essas marcas permanecem presentes por um longo período após a perda de peso. Elas incentivam as células a priorizar o armazenamento de gordura e limitam sua queima, aumentando os riscos de recuperação de peso.

Essas marcas, formadas por influências como a alimentação e a obesidade, são estáveis, mas podem ser alteradas no futuro por tratamentos. Compreendê-las é essencial para desenvolver estratégias sustentáveis contra o efeito sanfona.
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