Descoberta: as focas sabem avaliar a quantidade de oxigĂȘnio no seu sangue đŸ€ż

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Science
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As focas podem perceber diretamente o nĂ­vel de oxigĂȘnio no seu sangue, uma capacidade que os humanos nĂŁo possuem. Um estudo escocĂȘs revela que esses mamĂ­feros marinhos adaptam seus mergulhos com base nesse parĂąmetro vital.

Ao contrário dos animais terrestres, que dependem principalmente do nível de CO₂ para desencadear a respiração, as focas parecem ser capazes de "sentir" sua oxigenação sanguínea. Essa descoberta, publicada na Science, esclarece os mecanismos que lhes permitem evitar o afogamento durante mergulhos prolongados.



Um experimento engenhoso para desvendar o mistério


Focas-cinzentas foram colocadas em um tanque equipado com uma cĂąmara respiratĂłria e um distribuidor de peixes. Os pesquisadores modificaram a composição do ar na cĂąmara, variando os nĂ­veis de oxigĂȘnio e CO₂. Os animais mergulhavam livremente para se alimentar, permitindo a observação de seu comportamento.

Quando o oxigĂȘnio estava mais concentrado, as focas prolongavam seus mergulhos. Por outro lado, um ar empobrecido em oxigĂȘnio as fazia subir mais rapidamente. O CO₂, no entanto, nĂŁo influenciava seu tempo de imersĂŁo. Esses resultados sugerem uma sensibilidade direta ao oxigĂȘnio, e nĂŁo ao CO₂.

Essa capacidade permitiria que as focas ajustassem seu esforço de acordo com suas reservas. Diferentemente dos humanos, que correm o risco de desmaiar em apneia, elas evitam assim o esgotamento de suas reservas antes de voltar à superfície.

Uma adaptação para a vida marinha


Os mamĂ­feros terrestres, incluindo os humanos, nĂŁo percebem diretamente seu nĂ­vel de oxigĂȘnio no sangue. Sua respiração Ă© desencadeada pelo acĂșmulo de CO₂, um mecanismo eficaz no ambiente aĂ©reo, mas arriscado em mergulhos. As focas, por sua vez, teriam desenvolvido uma sensibilidade aumentada ao oxigĂȘnio.

Essa particularidade pode explicar por que as focas-cinzentas conseguem mergulhar atĂ© 600 metros sem perder a consciĂȘncia. Sua capacidade de "monitorar" o oxigĂȘnio lhes permitiria subir antes de atingir um limite crĂ­tico.

Estudos semelhantes em outras espécies marinhas (tartarugas, crocodilos) sugerem que essa característica é compartilhada. Pesquisas futuras poderão determinar se essa adaptação é comum a todos os mamíferos mergulhadores.
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