🌋 Descoberta de enorme emissĂŁo de hidrogĂȘnio nas profundezas abissais

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Science Advances
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Uma descoberta importante foi realizada nas profundezas do PacĂ­fico ocidental. Um sistema hidrotermal Ășnico revela emissĂ”es de hidrogĂȘnio de magnitude sem precedentes.

Esta descoberta, realizada pelo Instituto de Oceanologia da Academia Chinesa de CiĂȘncias (IOCAS), abre uma nova janela para os processos geoquĂ­micos abissais. O campo hidrotermal Kunlun, explorado com o auxĂ­lio do submersĂ­vel tripulado Fendouzhe, apresenta caracterĂ­sticas geolĂłgicas excepcionais que revolucionam os modelos estabelecidos.


Ilustração do mecanismo das atividades hidrotermais.

A ĂĄgua do mar penetra na litosfera atravĂ©s de falhas profundas nas partes curvadas da placa de Caroline em subducção, a oeste da fossa de Mussau. LĂĄ, reage com rochas quentes, formando serpentinita e hidrogĂȘnio. Os fluidos alcalinos, ricos em hidrogĂȘnio, magnĂ©sio e ferro, gerados pela serpentinização, sobem ao longo das fraturas e dissolvem continuamente o cĂĄlcio das rochas circundantes, resultando em um enriquecimento de cĂĄlcio dos fluidos hidrotermais. ApĂłs sua ascensĂŁo, esses fluidos se misturam com a circulação superficial da ĂĄgua do mar e sĂŁo liberados no fundo do oceano na forma de descarga hidrotermal.

Perto da chaminĂ©, sob temperaturas elevadas, os Ă­ons de cĂĄlcio e magnĂ©sio dos fluidos hidrotermais se combinam com o diĂłxido de carbono da ĂĄgua do mar para formar dolomita. A uma distĂąncia maior da chaminĂ©, sob o efeito do resfriamento pela ĂĄgua do mar, rochas carbonĂĄticas autigĂȘnicas, principalmente compostas de calcita, se formam em condiçÔes de temperatura normal do fundo marinho. Esses fluidos hidrotermais ricos em hidrogĂȘnio acumulam hidrogĂȘnio na chaminĂ© apĂłs serem liberados em sua base, favorecendo assim um ecossistema quimiolitoautotrĂłfico.


Um gigante desconhecido das profundezas


O local consiste em vinte depressÔes circulares de grande tamanho. Algumas dessas crateras submarinas ultrapassam um quilÎmetro de diùmetro.

Essas estruturas formam uma vasta rede na placa das Carolinas. Sua morfologia evoca chaminés naturais que canalizam fluidos das profundezas da Terra.

O conjunto cobre uma ĂĄrea de 11,1 quilĂŽmetros quadrados. Esta extensĂŁo supera em cem vezes a do famoso local da Cidade Perdida no oceano AtlĂąntico.

Um processo gerador de hidrogĂȘnio


O fenÎmeno da serpentinização estå no centro desta atividade. Envolve uma reação química entre a ågua do mar e as rochas do manto ricas em olivina.

Este processo gera minerais serpentĂ­nicos e libera quantidades significativas de hidrogĂȘnio molecular. A espectroscopia Raman mediu concentraçÔes atingindo 6,8 milimoles por quilograma nos fluidos.

O fluxo anual de hidrogĂȘnio Ă© estimado em 480 bilhĂ”es de moles. Este nĂșmero representa, portanto, pelo menos cinco por cento da produção abiĂłtica mundial submarina, uma contribuição impressionante para um Ășnico sistema.

Para ir mais longe: O que Ă© um campo hidrotermal?


Um campo hidrotermal é uma zona ativa do assoalho oceùnico onde a ågua aquecida em profundidade escapa. Esta ågua provém da infiltração da ågua do mar nas fraturas da crosta terrestre. Ela se aquece em contato com o magma e se enriquece com elementos minerais. Esses fluidos carregados sobem então para a superfície.

Esses sistemas formam aberturas ou chaminĂ©s minerais com formas Ă s vezes complexas. As temperaturas dos fluidos podem variar de alguns graus a mais de 400 °C para as fumarolas negras. Eles depositam sulfetos metĂĄlicos e outros minerais ao precipitarem em contato com a ĂĄgua fria. Essas estruturas constituem arquivos geoquĂ­micos Ășnicos.

Esses oåsis abissais abrigam ecossistemas baseados na quimiossíntese. Eles abrigam vida microbiana e animal especializada, independente da luz solar. Seu estudo esclarece os limites da vida na Terra e potencialmente em outros lugares. Eles desempenham um papel importante na composição química dos oceanos.
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