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Descoberta: esses medicamentos contra o câncer de mama são eficazes contra o câncer de próstata
Publicado por Redbran, Fonte: Universidade Laval Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Medicamentos usados no tratamento do câncer de mama podem melhorar os cuidados oferecidos aos homens com câncer de próstata, sugere um estudo publicado no The Journal of Clinical Investigation por uma equipe de pesquisa da Universidade Laval.
Esses medicamentos, que têm como alvo os receptores de estrogênio, podem retardar a progressão dos tumores em aproximadamente 50% dos homens com câncer de próstata.
Metade dos tumores de próstata possui receptores de estrogênio. Sua ligação com os estrogênios produzidos pelos testículos favorece a progressão das células cancerígenas. Por essa razão, os pesquisadores acreditam que os medicamentos antiestrogênicos utilizados para tratar o câncer de mama possam ser considerados para tratar homens com câncer de próstata. — Nephron
"Os estrogênios são hormônios que geralmente associamos às mulheres, mas os homens também os produzem, embora em quantidades menores. Eles provêm principalmente dos testículos e, indiretamente, das glândulas suprarrenais que produzem precursores de estrogênio", explica o responsável pelo estudo, Étienne Audet-Walsh, professor da Faculdade de Medicina, pesquisador do Centro de Pesquisa do CHU de Québec - Universidade Laval e titular da Cátedra de Pesquisa do Canadá em Vulnerabilidades Metabólicas de Cânceres Hormonosensíveis.
Em cerca de 95% dos homens com câncer de próstata, os tumores proliferam em resposta aos androgênios, os chamados hormônios sexuais masculinos. É por isso que os tratamentos que têm como alvo esses hormônios fazem parte das intervenções regularmente utilizadas para tratar esse câncer. "Esses tratamentos funcionam por um tempo, mas sua eficácia diminui com o passar do tempo. Queríamos saber se os estrogênios e seus receptores poderiam estar envolvidos", explica o professor Audet-Walsh.
Primeiramente, os pesquisadores recorreram a biobancos de tumores de próstata conservados por clínicos-pesquisadores em urologia-oncologia da Universidade Laval. "Estudamos 280 tumores e constatamos que metade deles possuía receptores de estrogênio. Cruzando esses resultados com o histórico médico dos pacientes, determinamos que a abundância desses receptores estava ligada ao risco de recorrência do câncer, sua progressão, à formação de metástases e à sobrevivência dos pacientes. Observamos a mesma relação ao estudar tumores provenientes de vários outros biobancos", destaca o professor Audet-Walsh.
Experimentos subsequentes realizados em culturas celulares e em animais levaram a resultados que apontam todos na mesma direção. Quando os estrogênios se ligam aos receptores de estrogênio, eles estimulam mecanismos celulares ligados ao metabolismo e ao crescimento das células cancerígenas da próstata. Ao contrário, os antiestrogênicos - medicamentos que bloqueiam os receptores de estrogênio - reduzem a proliferação e o crescimento dos tumores da próstata.
"Nosso estudo pode ter importantes impactos clínicos, estima o pesquisador, porque sugere que os medicamentos antiestrogênicos atualmente usados para tratar o câncer de mama podem também retardar a progressão do câncer de próstata em homens cujos tumores têm receptores de estrogênio. Agora queremos realizar um estudo clínico para validar essa hipótese."
O número de novos casos de câncer de próstata diagnosticados a cada ano atinge aproximadamente 7000 em Quebec e 1,4 milhão no mundo. "Se metade desses homens respondesse aos tratamentos antiestrogênicos e isso resultasse em uma melhoria na qualidade de vida e maior sobrevida, seria um avanço significativo no tratamento de pacientes com câncer de próstata", conclui o professor Audet-Walsh.
A primeira autora do artigo publicado no The Journal of Clinical Investigation é a pesquisadora-estudante Camille Lafront. Este estudo faz parte dos trabalhos de doutorado que ela realiza na Faculdade de Medicina da Universidade Laval.