Um estudo recente publicado nos Monthly Notices of the Royal Astronomical Society revela um fenômeno impressionante sobre estrelas envelhecidas. Ao analisar quase meio milhão de estrelas que iniciaram sua transformação em gigantes vermelhas, os astrônomos descobriram que os planetas gigantes orbitando muito perto de sua estrela parecem desaparecer gradualmente. Esta pesquisa permitiu identificar 130 planetas e candidatos potenciais ao redor dessas estrelas em evolução, incluindo 33 novas descobertas.
A próxima etapa para os pesquisadores consiste em determinar precisamente a massa desses planetas candidatos. Esta medida permitirá compreender melhor os mecanismos exatos que provocam sua espiral mortal. Os astrônomos usam para isso as Ãnfimas oscilações das estrelas, traindo a influência gravitacional de seus companheiros planetários.
Esta metamorfose estelar se estende por vários milhões de anos, criando condições radicalmente diferentes no sistema planetário. Os planetas mais próximos veem seu ambiente completamente revolucionado, com temperaturas que aumentam dramaticamente e forças gravitacionais que se modificam. A estrela se torna literalmente irreconhecÃvel em comparação com o que era durante sua juventude.
A compreensão deste processo nos ajuda a antecipar o destino do nosso próprio Sistema Solar. Os astrônomos estimam que em cinco bilhões de anos, o Sol passará por esta mesma transformação, engolindo provavelmente Mercúrio e Vênus, enquanto a Terra verá seus oceanos evaporarem e sua atmosfera se dissipar no espaço.
Em um sistema planetário, cada corpo exerce uma atração sobre os outros, criando deformações mútuas. Estas deformações, embora Ãnfimas, geram atritos internos que dissipam energia. Esta dissipação de energia se traduz por uma transferência de momento angular, modificando lenta mas seguramente os parâmetros orbitais dos corpos envolvidos em escalas de tempo astronômicas.
O estudo dos sistemas exoplanetários nos permite hoje medir concretamente estes efeitos. Os astrônomos observam que os planetas gigantes próximos de sua estrela se tornam cada vez mais raros ao redor de estrelas idosas, testemunhando a eficiência destrutiva dessas interações no longo prazo.