Les bloqueurs de pubs mettent en péril la gratuité de ce site.
Autorisez les pubs sur Techno-Science.net pour nous soutenir.
▶ Poursuivre quand même la lecture ◀
Dezenas de pegadas de dinossauros descobertas... em uma escola 🐾
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte:Historical Biology Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Um rochedo, exposto há décadas em uma escola em Queensland, esconde uma das maiores concentrações de pegadas de dinossauros já descobertas na Austrália. Essas marcas, com 200 milhões de anos, oferecem um raro vislumbre da vida dos dinossauros durante o Jurássico Inferior.
A) Vista ortofotográfica da superfície ex situ. B) Mapa de profundidade (40 mm no total). C) Sombreamento de oclusão ambiente. D) Interpretação esquemática. O detalhe mostra a orientação das pegadas, com eixos mais escuros indicando um maior número de pegadas. As linhas entre as pegadas representam trilhas contínuas. Os pequenos círculos em (D) indicam estruturas circulares, provavelmente tocas de invertebrados.
Essa descoberta, realizada pelo Dr. Anthony Romilio da Universidade de Queensland, revela 66 pegadas deixadas por 47 dinossauros. Esses pequenos herbívoros, identificados como Anomoepus scambus, atravessaram uma área lamacenta, deixando para trás rastros de seus movimentos.
Uma janela para o passado distante
As pegadas, caracterizadas por três dedos distintos, testemunham a presença de dinossauros bípedes de pequeno porte. Suas patas mediam entre 15 e 50 cm, e sua velocidade de deslocamento não ultrapassava 6 km/h. Esses detalhes, revelados por técnicas de imagem 3D, permitem compreender melhor seu comportamento e ambiente.
Nenhum fóssil de esqueleto de dinossauro dessa época foi encontrado na Austrália até agora. Essas pegadas são, portanto, uma fonte preciosa de informações. Elas sugerem que esses dinossauros eram herbívoros de corpo robusto, com patas longas, braços curtos e um bico. Essa descoberta preenche uma lacuna nos registros fósseis australianos.
As marcas foram deixadas em uma área lamacenta, provavelmente próxima a um curso d'água. Essa configuração indica que esses dinossauros viviam em um ambiente úmido e rico em vegetação. Os pesquisadores também identificaram buracos na rocha, provavelmente causados por invertebrados escavadores, acrescentando outra dimensão à reconstrução desse ecossistema antigo.
Uma descoberta casual
O rochedo, doado à escola há 20 anos por uma mina local, permaneceu ignorado por muito tempo. Foi somente após os trabalhos do Dr. Romilio sobre pegadas semelhantes que sua importância foi reconhecida. Essas descobertas destacam a importância de reexaminar objetos antigos com técnicas modernas. Elas também lembram que tesouros científicos podem estar escondidos em lugares inesperados, como uma escola ou um estacionamento. O uso de tecnologias avançadas, como a imagem 3D, permitiu revelar detalhes invisíveis a olho nu.
A) Sombreamento de oclusão ambiente. B) Interpretação esquemática. C) Vista ortofotográfica da superfície ex situ da pegada. Os pequenos círculos indicam estruturas circulares, provavelmente tocas de invertebrados. D) Mapa de profundidade (15 mm no total). E) Mapa de contornos (incrementos de 1 mm).
Além do rochedo da escola, outro bloco de duas toneladas, usado como meio-fio de estacionamento, revelou duas pegadas distintas. Essas marcas, maiores que as presentes no rochedo da escola, sugerem a presença de um dinossauro ligeiramente maior. Essas descobertas mostram que pistas valiosas sobre o passado podem ser negligenciadas, mesmo em locais frequentados diariamente.
Para ir mais longe: Como as pegadas de dinossauros se fossilizam?
As pegadas se fossilizam quando animais caminham sobre uma superfície lamacenta ou argilosa, que depois endurece. Se as condições forem favoráveis, essas marcas são cobertas por sedimentos e se conservam por milhões de anos. A erosão ou a atividade humana pode então revelá-las.
Para que esse processo funcione, vários fatores devem se alinhar. A superfície deve ser suficientemente macia para registrar as pegadas, mas não tanto a ponto de apagá-las imediatamente. Em seguida, um recobrimento rápido por sedimentos finos é necessário para preservar os detalhes da marca.
As condições ambientais também desempenham um papel crucial. Áreas úmidas, como margens de rios ou planícies alagadas, são particularmente propícias à fossilização de pegadas. Uma vez enterradas, as camadas de sedimentos protegem as marcas da erosão e de perturbações externas, permitindo sua conservação por longos períodos.
Por fim, a descoberta dessas pegadas muitas vezes depende do acaso ou da intervenção humana, como a mineração ou obras de construção. Essas atividades podem expor rochas antigas, revelando marcas fossilizadas que, de outra forma, permaneceriam ocultas.