Economia da intenção: quando as IAs manipulam suas decisões ⚖️

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Harvard Data Science Review
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
As inteligências artificiais conversacionais poderão em breve influenciar nossas decisões mais íntimas. Um estudo da Universidade de Cambridge revela como essas tecnologias podem transformar nossas intenções em mercadorias.

Os pesquisadores do Leverhulme Centre for the Future of Intelligence (LCFI) alertam sobre o desenvolvimento de ferramentas capazes de coletar e analisar nossos dados psicológicos e comportamentais. Essas IAs, ao estabelecer um vínculo de confiança, poderiam orientar nossas escolhas, sejam elas de compras ou de votos, sem que tenhamos plena consciência disso.


Essa nova forma de comércio, batizada de "economia da intenção", vai além do simples direcionamento publicitário. As IAs poderiam antecipar nossos desejos e vendê-los em leilões em tempo real. Por exemplo, um chatbot poderia sugerir uma ida ao cinema ou uma viagem, com base em nossas conversas.

As implicações sociais são profundas. Jonnie Penn, coautor do estudo, destaca os riscos para eleições livres, imprensa independente e concorrência justa. A manipulação social em larga escala torna-se uma possibilidade real, com IAs capazes de influenciar milhões de pessoas simultaneamente.

Empresas como OpenAI, Meta e Apple já estão investindo nessas "tecnologias persuasivas". Seu objetivo é compreender e antecipar nossas intenções para melhor explorá-las. Essa corrida pela inovação levanta questões éticas importantes, especialmente sobre a proteção da privacidade e a transparência dos algoritmos.

Os pesquisadores insistem na necessidade de uma regulação rápida. Sem salvaguardas, essas tecnologias poderiam ameaçar nosso livre-arbítrio. As decisões individuais, influenciadas por IAs, podem deixar de refletir nossas verdadeiras aspirações, passando a representar interesses comerciais ou políticos.

O estudo publicado no Harvard Data Science Review pede uma conscientização coletiva. Os autores defendem um debate público sobre o uso de IAs conversacionais. É essencial definir limites para preservar nossa autonomia e nossa intimidade.

As IAs conversacionais representam, assim, um avanço tecnológico significativo, mas também um risco sem precedentes. Sua capacidade de influenciar nossas decisões precisa ser regulamentada para evitar a mercantilização de nossos pensamentos e intenções. A vigilância é necessária para proteger nossa liberdade de escolha.

O que é a economia da intenção?


A economia da intenção refere-se a um sistema em que as intenções dos indivíduos são analisadas, previstas e monetizadas. Diferente da economia da atenção, que foca no que assistimos ou clicamos, ela se concentra no que planejamos fazer, como uma compra ou um voto.

As inteligências artificiais desempenham um papel central nessa economia. Ao coletar dados psicológicos e comportamentais, elas podem antecipar nossos desejos e influenciar nossas decisões. Essa prática vai além do simples direcionamento publicitário, transformando nossas intenções em produtos comercializáveis.

As implicações são vastas, especialmente nos campos político e comercial. Por exemplo, uma IA poderia sugerir um filme ou um candidato eleitoral com base em nossas conversas. Essas sugestões, vendidas em leilões em tempo real, abrem caminho para uma manipulação em larga escala.

Por fim, a economia da intenção levanta questões éticas importantes. Sem regulação, ela poderia ameaçar nosso livre-arbítrio e nossa privacidade, transformando nossos pensamentos em uma nova moeda de troca. A transparência e a proteção de dados tornam-se, portanto, desafios essenciais.
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