O cérebro humano não se distingue apenas pela sua capacidade de resolver problemas. Ele também foi projetado para processar profundamente as emoções e as interações sociais, uma característica que nos diferencia de outros primatas.
Um estudo recente comparou os cérebros humanos com os de macacos e chimpanzés. Os investigadores identificaram conexões cerebrais únicas nos humanos, relacionadas com a empatia, a comunicação e a regulação emocional. Essas características podem ser tão importantes quanto a lógica na definição da humanidade.
Esta imagem destaca (a vermelho) as áreas comportamentais dos hemisférios esquerdo e direito do cérebro que apresentam uma forte divergência. No topo, as áreas que mais diferem entre humanos e chimpanzés. Em baixo, as áreas que mais diferem entre humanos e macacos. Crédito: Bryant et al., JNeurosci 2025
A pesquisa, publicada no Journal of Neuroscience, revela diferenças-chave na organização do cérebro humano. Ao contrário de estudos anteriores focados em macacos, este inclui também chimpanzés, os nossos parentes vivos mais próximos.
As imagens cerebrais utilizadas provêm de um arquivo de pesquisa pública. Foram recolhidas antes das regulamentações de 2015 sobre pesquisas envolvendo chimpanzés, o que permitiu uma comparação mais abrangente.
Os resultados mostram que os humanos possuem conexões cerebrais distintas para a regulação emocional e a cognição social. Essas diferenças são particularmente marcadas entre os cérebros humanos e os dos chimpanzés.
Os investigadores sugerem que a evolução humana pode ter sido influenciada pelo desenvolvimento de comportamentos emocionais e sociais únicos. Essas características nos distinguem ainda mais dos outros primatas.
Este estudo abre novas perspetivas sobre o que nos torna humanos. Ele destaca a importância das emoções e das relações sociais na nossa evolução, para além das simples capacidades cognitivas.
Por que são as emoções cruciais na evolução humana?
As emoções desempenham um papel central na sobrevivência e na reprodução. Facilitam a tomada de decisões rápidas perante perigos e reforçam os laços sociais.
Nos humanos, a complexidade das emoções permitiu o desenvolvimento de sociedades mais cooperativas. Isso favoreceu a transmissão cultural e a inovação.
As pesquisas mostram que as regiões cerebrais ligadas às emoções são mais desenvolvidas nos humanos. Essa especialização pode ter sido uma grande vantagem evolutiva.
Assim, as emoções não são apenas reações instintivas. Elas estão no cerne do que nos torna humanos.