Eles tornaram esta madeira bioluminescente: rumo a um novo modelo de iluminação? 💡

Publicado por Cédric,
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Advanced Science
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Tudo começa com um fungo, o armilário sem anel (Desarmillaria tabescens), um parasita conhecido por seus talentos luminosos. Associado à madeira de balsa, ele oferece uma combinação intrigante: um material estável, mas capaz de brilhar intensamente. Este bio-híbrido abre perspectivas inéditas para a iluminação sustentável.


Para obter esta madeira luminosa, os pesquisadores mergulharam o fungo e a madeira de balsa em um ambiente de extrema umidade por três meses. Esta incubação permitiu que a madeira absorvesse até oito vezes o seu peso em água, uma condição necessária para que o processo fosse desencadeado.

O elemento-chave dessa bioluminescência é a luciferase, uma enzima que, na presença de oxigênio, provoca uma reação química que emite uma luz verde. Trata-se da mesma enzima produzida pelos vaga-lumes. Resultado: um brilho persistente durante dez dias, conforme detalhado na Advanced Science.

Apesar da degradação da lignina pelo fungo, a celulose da madeira permanece intacta. Esta particularidade garante a estabilidade mecânica do material, permitindo aplicações diversas. Análises aprofundadas, especialmente em espectroscopia, confirmam a integridade desta estrutura bio-híbrida.

Os cientistas esperam intensificar a luminosidade e prolongar sua duração. Se estes objetivos forem alcançados, esta madeira bioluminescente poderá substituir algumas fontes de luz tradicionais, oferecendo uma solução ecológica e econômica.


a) Bloco de madeira de balsa impregnado a vácuo, absorvendo água, seguido de autoclavagem.
b) Crescimento de D. tabescens em um meio aquoso contendo 3% de celulose microfibrilada (MFC).
c) Colonização da madeira de balsa submersa por rizomorfas e micélio de D. tabescens.
d) Após 1 a 4 meses de incubação, blocos de madeira limpos e expostos ao ar, intensificando sua bioluminescência durante a secagem.
e) Comparação da bioluminescência entre madeira tratada, controles não tratados e materiais não lignificados (cubos ou cápsulas de PETG). A bioluminescência mais forte foi observada na madeira tratada.

Ao contrário de outros estudos sobre plantas vivas bioluminescentes, aqui, a madeira "morta" amplia os campos de aplicação. Móveis ou paredes luminosas poderiam revolucionar a arquitetura e o design, reduzindo ao mesmo tempo a pegada energética.

O que é a bioluminescência?


A bioluminescência refere-se à capacidade de certos organismos vivos de produzir luz por meio de reações químicas específicas. Este fenômeno natural é observado em espécies variadas como vaga-lumes, águas-vivas ou certos fungos.

No centro deste processo, uma enzima chamada luciferase desempenha um papel essencial. Ela catalisa a transformação de uma molécula, a luciferina, emitindo luz. Esta reação exige oxigênio e produz uma luz fria, ou seja, sem emissão de calor.

Na natureza, a bioluminescência cumpre diversos papéis: atrair presas, comunicar-se ou ainda assustar predadores. Reproduzida em laboratório, ela oferece aplicações promissoras, como a iluminação sustentável ou o monitoramento médico.

Ao combinar ciência e natureza, os pesquisadores buscam explorar este fenômeno para desenvolver materiais inovadores e reduzir nosso consumo de energia.
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