A energia escura não seria constante: rumo a uma revolução da cosmologia?

Publicado por Adrien,
Fonte: Newscenter LBL
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A energia escura, que representa cerca de 70% do Universo, continua a desconcertar os cientistas mais de duas décadas após sua descoberta. Sua essência exata, seja uma substância, uma força ou uma propriedade intrínseca do espaço, permanece difícil de capturar. No entanto, uma recente análise poderia redefinir nossa compreensão do Universo.

As observações do Espectrógrafo para a Energia Escura (Dark Energy Spectroscopic Instrument, DESI), instalado no telescópio Nicholas U. Mayall no Observatório Nacional de Kitt Peak, forneceram as medidas mais precisas até agora da expansão do Universo nos últimos 11 bilhões de anos. Ao estudar um milhão de galáxias a cada mês, o DESI revelou um modelo 3D do Universo sem precedentes, superando as realizações de seu predecessor, o Sloan Digital Sky Survey.


Esses novos dados sugerem que a energia escura poderia não ser constante ao longo do tempo, ao contrário das previsões do modelo cosmológico padrão, o modelo Lambda CDM. Essa ideia, ainda a ser confirmada, sugere que a energia escura evolui, refutando a hipótese de uma força repelindo eternamente galáxias e estrelas a um ritmo inalterável.

As galáxias distantes, observadas pelo DESI, servem como "faróis do Universo", permitindo traçar a expansão cósmica. O projeto também iluminou as Oscilações Acústicas Bariônicas (BAO), estruturas tridimensionais sutis do jovem Universo, congeladas no tempo, oferecendo um vislumbre inestimável sobre a expansão do Universo em diferentes épocas.

Além das galáxias, o DESI examinou mais de 400.000 quasares, cuja luz ao atravessar o espaço interestelar é absorvida por nuvens de gás e poeira, revelando assim bolsões de matéria densa. Esta técnica avançada permitiu aos pesquisadores sondar o Universo em uma época em que era muito mais jovem, adicionando uma dimensão extra à nossa compreensão cosmológica.

Essas descobertas, ainda em estágio preliminar, exigem mais observações para atingir o limiar de "5 sigma", necessário para confirmar uma descoberta científica. Se os dados futuros confirmarem a evolução da energia escura ao longo do tempo, isso implicaria uma questionamento profundo de nosso modelo atual do Universo, abrindo as portas para novas teorias cosmológicas.

A confirmação de que a energia escura não é uma constante universal poderia não apenas transformar nossa compreensão do Universo, mas também sinalizar o início de uma era de descobertas cosmológicas.
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