As águas da Tasmânia escondem muitos segredos. A 65 metros de profundidade, milhares de tubarões dorminhocos se encontram no fundo do mar. Uma surpreendente concentração de fêmeas que está intrigando os pesquisadores.
A Universidade da Tasmânia observou esse fenômeno pela segunda vez, com um intervalo de seis anos. O que elas estão fazendo aqui, tão longe das águas onde botam seus ovos?
Um vídeo espetacular, filmado por um robô submarino, revela esse "tapete vivo" de tubarões de Port Jackson no parque marinho de Beagle. Essas imagens capturadas pelo dispositivo da Boxfish Robotics mostram uma cena impressionante, lembrando uma primeira observação em 2018.
Os tubarões de Port Jackson, conhecidos por sua capacidade única de respirar sem se mover, descansam aqui em grupos densos. Durante o dia, esses predadores descansam, antes de caçarem à noite cefalópodes e crustáceos nos fundos rochosos.
Desta vez, os cientistas só avistaram fêmeas. Os pesquisadores estão formando hipóteses sobre essa misteriosa reunião. Seria uma parada para alimentação antes de sua migração para o norte, onde botam seus ovos?
Dados estão sendo coletados pelo Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia (IMAS) para entender esses comportamentos. Os resultados contribuirão para ajustar as estratégias de conservação e proteger esses habitats essenciais.
O parque marinho de Beagle, administrado pelo Parks Australia, abriga uma grande diversidade de vida marinha. Além dos tubarões, o parque protege recifes rochosos e jardins de esponjas coloridas, importantes para a fauna que ali se alimenta.
Para os gestores do parque, esses novos dados são valiosos. Eles permitirão avaliar a eficácia das medidas de proteção implementadas e compreender melhor a importância dessa área para os tubarões fêmeas de Port Jackson.
Os cientistas continuam sua investigação sobre esse enigma aquático. Mais estudos serão necessários para elucidar as razões desse ajuntamento exclusivamente feminino e desvendar os mistérios dessa fascinante espécie.